No Palácio Galveias fica a biblioteca central onde hoje meti os pés pela primeira vez.
Passei o parque de estacionamento e entrei para a área de recepção. Cheguei-me para uma das moças em atendimento e disse, com o tom de voz muito baixinho porque, afinal de contas, estava numa biblioteca:
- É para fazer o cartão.
- Diga? (perguntou ela um tom de nada acima do meu tom de voz)
- É para fazer o cartão. (disse eu, um pouquinho mais alto, mas ainda muito baixinho)
- É para fazer o quê? (perguntou ela em tom de voz totalmente desadequado para uma biblioteca)
- É para requisitar uns livros! (afirmei eu, já sem paneleirices da voz baixa e do sossego e afins)
- Já tem cartão?
- (ai o caraím...)Não. É para fazer...
E lá me foi dado o formulário de preenchimento e ficou arrumado aquele assunto.
Depois entro para a ala seguinte, através de uma porta dupla que empurro na maior das boinhas, e deparo-me com mais um balcão de atendimento com algumas pessoas sentadas em frente aos seus computadores...
- Boa tarde! (digo eu, enfaticamente)
E, de súbito, uma voz lá ao fundo sussurra:
- Shhhhhhhh!
Ó pintxa!!! Mas isto agora está dividido em noise-free e noise-full zones? Ainda ali atrás era tudo à grande e agora aqui já não se pode dar boa tarde? Enfim...
A sala é toda rodeada, até ao tecto, de armários antiquérrimos cujas portas se encontram entreabertas deixando, através dos vidros, ver as lombas dos livros em exposição.
Dirijo-me para um dos armários onde se encontrava um livro que chamou a minha atenção. Olhei em redor, desconfiado, e dei passos muito pequenitos e muito suaves para não fazer barulho.
Dirijo-me para um dos armários onde se encontrava um livro que chamou a minha atenção. Olhei em redor, desconfiado, e dei passos muito pequenitos e muito suaves para não fazer barulho.
Meto a mão à porta do armário e começo-a a abrir, mui--to---de--va-g-a--ri--nho. Presumi que, antigos como eram, os armários deviam ranger por todos os lados.
E lá vou puxando a porta, com a lentidão de uma lesma acabada de acordar, já me arrepiando todo à espera do ranger da porta... A cada bocadinho que abria, ficava mais encolhido em antecipação...
Mas nada!
As portas estavam perfeitamente oleadas e, a seu tempo, o nervosinho passou-me.
Até que, no armário seguinte, depois de abrir a porta num à vontade de quem frequenta o sítio há meio século, retiro um livro para folhear sem me aperceber que ele estava a servir de suporte a uma fila inteira de livros semi-inclinados.
catraumpum!!
Encolhi-me.
Imaginei os olhares fulminantes dos utentes em redor, meti o livro de volta na sua prateleira e saí daquele inferno.
Acabei por trazer para ler apenas o cartão recém-feito. Já está na mesinha de cabeceira e só espero não adormecer a meio.
3 comments:
Lindo ;)
tu andas a bombar!
AHAHAHAHAHAHAH
É PARA FAZER O CARTÃ! AHAHAHAHAHAHAHA
AHAHAHAHAHAHAHAHA
AHAHAHAHAHAHAHAHAH
AHAHAHAHAHAHAHAHAH
AU
AU
AU
CAN'T BREATHE
AU
AU
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