OOP EXPERIENCES

20100928

where was p|r|

farthest north: Maine (EUA)
farthest south: São Paulo (Brasil)
farthest east: Sevastopol (Ucrânia)
farthest west: Cabo San Lucas (México)



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20100927

weakest |ink

Um dos melhores momentos de Stewie Griffin.

3ª Temporada - Episódio From Method to Madness.

se|o

Recebi um selo.

Não sei como funciona. Presumo que seja para imprimir, levar aos CTT e receber o meu milhão?
Ok. Farei isto amanhã na minha hora de almoço... e sou rapaz para não meter mais os pés no trabalho depois de ter no bolso o que me é devido.

Veio daqui. E aposto que veio com todo o amor e carinho. Só faltou vir com todo o dinheirinho. (ó para mim a fazer um poema merdoso). Mas tásse.

bit|9

Bit9
não há amigos
como os amigos do bit9
de todos os mais amigos.

20100926

|a va|ise en carton

Com o decorrer dos anos fui "angariando" uma quantidade de recordações de um sítio que visitei, de uma situação que vivi, de uma pessoa que encontrei.

Não as tenho todas comigo, de momento, mas estão todas guardadas... umas aqui, outras ali. O meu objectivo é conseguir reunir todas elas e guardar tudo no mesmo sítio. Para o efeito, tenho vindo a desejar obter uma mala de viagem antiga, cheia de selos e carimbos e com os cantos já desgastados. Algo autêntico que tenha no seu aspecto alguns indícios de história e de "bagagem".

Ontem, o meu desejo tornou-se realidade. Com o patrocínio de Lovinho, trouxemos para casa uma mala exactamente como eu queria.

O como e onde ela foi "adquirida" ficará para ser contado em voz, apenas a alguns de maior confiança.


face|to|face

Foi um fim de semana diferente. Na sexta-feira, revi, passados quatro anos, um grande amigo. Veio da Finlândia para a inauguração de uma exposição de quadros seus na Galeria de Arte Colorida, na Costa do Castelo.

Ficamos os quatro (eu, Lovinho, Kaj e Carola) na conversa, num bar junto à estação de comboios do Rossio. Foram três horas animadas, entre assuntos sérios, outros nem por isso, e alguns disparates decorados com a gargalhada "escandalosa" de Carola, uma mulher toda lá, cabelo claro, mamas grandes e pernalhaça jeitosa.

No sábado foi a inauguração da exposição. Servimo-nos de vinho e de alguns canapés e rondamos o espaço admirando as obras expostas. A maior parte era de um desinteressantismo absoluto. Para além dos quadros de Kaj, apenas duas outras telas de um artista romeno nos cativaram.

E, para supresa minha, na parede reservada ao Kaj, uma tela pintada por ele usando o meu rosto e um texto meu como temas principais.





20100923

ra|n

Não me apercebi, de início, do que se tratava apesar do som não me ser completamente estranho. Olhei em redor e, quando descubro a fonte de origem, sobe-me um arrepiozinho pela espinha acima...

Depois de um dia cinzento, começou a chover esta noite. As gotas de água contra os vidros da janela apregoam a próxima estação. Já se sente, na versão demo, o frio que virá.

Eu até gosto do inverno... mas apenas em regime de part-time. No strings attached.

20100921

|ost if trans|ated




Pé na estrada e erva no bolso.

No mundo não há sentido senão que é dado por nós. As linhas - contínuas - companheiras de um percurso que se vai (des)fazendo... céu nos olhos, numa trip para o resto da vida.

Alcança-nos o horizonte feito de água a tocar além. As falésias reclamam o medo, devolvem o tempo e abraçam o mar desassossegado, salgado (como sempre).

O meu mundo não é, defenitivamente, deste reino. Nem os meus passos ecoam nos demais ouvidos. As portas, quando as fecho, cerram ninguém. Os meus sonhos não se enredam no adormecer das pálpebras.

20100917

ge|at|na

A primeira coisa que lhe noto é o pingo transparente que sobrevive agarrado à ponta do seu nariz. Parece que pende e vai cair mas vence a gravidade até que, implacável, um lenço de tecido tirado do bolso é levado na palma da mão até à zona húmida e fica o caso arrumado.

Quando o lenço é retirado do bolso, noto-lhe a braguilha aberta. E a partir daí, todos os minutos foram longos e penosos.

Durante o tempo todo a figura decrépita de 85 anos permaneceu de pé em minha frente queixando-se do seu filho que era um mentiroso e fazia-se valer do seu nome de família para desrespeitar as autoridades.

- Era melhor que fosse ladrão! Mas mentirosos eu não abrigo. Mesmo sendo filho meu, não o defendo. Não gosto de mentirosos. (dizia o senhor, claramente afectado pelas desventuras do seu rebento de 55 anos).

Independentemente do teor de cada parte do seu monólogo, a única coisa que de facto me incomodava durante todo o discuro era a sua braguilha aberta e os meus olhos atentavam naquela visão do inferno num acto de sado-masoquismo inevitável. Como quando alguém escarra para o chão e, apesar de ficarmos enojados tão somente como o som do escarro, olhamos em direcção do chão para ver a "obra de arte". Acontece, irreflectidamente.

Quando vejo a minha tortura aproximar-se do fim à medida que o senhor se vai aproximando da porta de saída, ele imobiliza-se, vira-se para trás e:

- Não se incomode com a minha pergunta, mas o menino corta o seu cabelo tão curto porque ele está a cair, não é?

(wtf? v.1)

- Não, senhor. Habituei-me a ter o cabelo curto desde o tempo da tropa.
- Ah!... (no seu rosto, uma expressão de alguém que está por convencer)

(...)

- Pelo sim pelo não, vou ensinar-lhe um truque. Todos os dias deve comer uma colher-de-café de gelatina. Em pó mesmo. Quando a meter à boca vai ver como ela se desfaz, como se fosse açúcar. Todos os dias. Vai ajudar-lhe a fortalecer o seu cabelo...

(wtf? v.1.2)

Ele aproxima-se novamente e, de novo, o olhar estagnado na sua braguilha aberta.

- Vai ajudar também nas cartilagens. Está a ver? (ele mostra-me as suas unhas longas e pontiagudas... parecia o Eduardo, mas em vez de lâminas, eram unhas). Sabe porque é que as tenho assim? Porque como sou velho e indefeso, se alguém me quiser fazer mal, arranco-lhe os olhos com as unhas.




Indefeso my ass! (pensei eu, imaginando as torturas que as suas unhas poderiam provocar na pobre alma que lhes fizesse frente).




Foi tudo muito surreal, mas o que ainda não consegui digerir foi a lata do gajo a insinuar que o meu cabelo estava a cair... grande coiro!

form|ga(s)

São pequenas, minúsculas, mínimas. Aparentemente seres nada ameaçadores. Chamam-se formigas e são umas grandes putas.

É vê-las nos seus carreirinhos em faixas de diferentes sentidos, umas para cá, outras para lá, na sua vidinha "alegadamente inofensiva".

Na verdade, andam, gradualmente, a apoderar-se do chez-moi e há registos fidedignos de terem sido avistadas na cozinha, na sala, no quarto dos fundos, na casa-de-banho, na marquise, no escritório, nas escadas do prédio e... no quarto de cama.

Durante a noite, é como se estivesse a ser comido vivo por um bando de Liliputeanos devassos e desavergonhados.

Ora acordo com uma comichão na perna e záz! Formiga.
Ora acordo com uma sensação estranha nas costas e záz! Formiga.
Ora acordo com um feeling de ter uma manada de piolhos a fazer uma party na minha cabeça e vai-se a ver: Formiga. Záz!

Uma noite acordei com uma das referidas criaturas a rondar-me a pápebra inferior do olho esquerdo.

Se um dia destes procurarem por mim e virem apenas um monte de ossos, já sabem: Formigas!

20100914

|istening to rad|o

quando o sonzinho bom é interrompido pela voz-off do programa:

Lovinho: Puta de gaja com voz intragável! Deve andar a dormir com alguém da rádio...
Eu: É isto que nos falta, amor. Andamos a dormir com pouca gente.




Melhores empregos precisam-se!

e|a on msn

ela says: (23:20:43)
vai te benzer carai
Piri says: (23:20:51)
podes crer...
ela says: (23:20:51)
amanha vou jogar no euro milhoes
a pensar em ti
se ganhar, esqueço-te pra sempre
Piri says: (23:21:07)
se sair, avisa-me. não desapareças com o dinheiro todo, caraia.
ela says: (23:21:33)
piri
amanha mando-te sms
para nos concentrarmos os dois
ao mesmo tempo
a coisa dos karmas e o carai
Piri says: (23:22:02)
grande cagada que vai ser
ela says: (23:22:11)
nao sejas assim
estás a estragar tudo
porra
Piri says: (23:22:20)
vou escolher números seguidos, tipo: 4, 5, 6, 7, 8 e 9
estrelas: 1 e 2
ela says: (23:22:47)
e eu vou cagar para estes numeros
simbiose
é isso
Piri says: (23:22:56)
é isso mari
tem tudo para dar certo
ela says: (23:23:04)
está no papo
Piri says: (23:23:16)
mas vai ter que ser é no totoloto... porque eu marquei 6 numeros e não cinco
fak
ela says: (23:23:42)
porra
o estado come metade
Piri says: (23:24:13)
not if we kill it first
ela says: (23:24:40)
ahhhhh
kill the bastard
Piri says: (23:25:20)
como é que está o lapa?
precisamos dele para o grito de guerra

20100911

p|r| votes

Em relação ao evento da Declaração das 7 Maravilhas Naturais de Portugal ,cuja transmissão eu acabei de ver através da RTP1.

O facto de ser açoriano, e ter Ponta Delgada como cidade natal, não me permite uma total objectividade sobre a opinião formada. O facto de haver um total de cinco nomeações para a Região dos Açores permite-me uma objectividade ainda menor. Mesmo assim, eis a minha espécie de crónica:




# 1 - Apresentadores
Malato é a prova mais do que provada de que a mediocridade vence quando as condições são favoráveis à morte da qualidade.
Catarina Furtado cansou a sua beleza ainda antes de Rocinante se ter estafado entre delírios e moínhos de vento. No entanto, ninguém acordou ainda para o facto. Prova-se que a mediocridade precisa de companhia à altura para se manter de pé.

Os diálogos entre os dois eram básicos, com gargalhadinhas intermitentes da parte dela e elogios a ela da parte dele. Reparei que ele estava constantemente a pisar o vestido a ela e que ela, uma vez, se esqueceu dele e colocou-se à sua frente. Tapar um homem daquela envergadura é obra pelo que reconheço o talento à moça e chego à coclusão que ela é, em essência, um tapa gordos.



# 2 - O Espectáculo
Num evento que pretendeu declarar 7 maravilhas naturais do nosso país, a coreografia apresentada declarou apenas uma, e não era nomeada: o aborrecimento. É maravilhoso ver como a necessidade de ter uma faca à mão de semear para meter aos pulsos se confunde tão prontamente com "cultura".

Estranhamente, sendo os Açores um lugar de beleza natural indiscutível e, por tal, escolhido como anfitrião natural da Declaração, não houve momento algum durante o evento em que a cultura açoriana tivesse lugar. Não houve um cantar, uma dança, um nada que fizesse projectar a cultura açoriana que é, de certo modo, resultado directo das paisagens maravilhosas que rodeiam as suas gentes.

Mas Marisa esteve lá a cantar. Primeiramente uma musiquinha sobre a gente da minha terra e, no final uma outra que só Amália sabe cantar, por isso - por favor - deixem ficar assim. Há uma diferença brutal entre fazer-se o mesmo mas de forma diferente, e fazer-se o mesmo mas de forma pior.

No geral, foi tudo muito desapropriado para um evento que se queria belo e, por tal, se deveria ter querido libertador também.



# 3 - Apresentação visual das nomeações
Uma boa escolha de imagens fez justiça aos locais que se candidatavam a maravilha. Em particular destaque, a meu ver, as imagens apresentadas para o Gerês, e para o Vale Glaciar do Zêzere. Eu não imaginava que Portugal tinhas paisagens de tamanha beleza.



# 4 - Escolha de vencedores
A meu ver, um vencedor é um vencedor e ponto final. Venceu e acabou. Fica tudo dito e pronto a andar. Sendo que há 7 categorias com três nomeações cada, creio que o justo é chegar-se a um vencedor numa categoria e avançar para a seguinte. E assim sucessivamente até ao fogo de artifício.

Somos informados de que cada região do país não pode ter mais do que dois vencedores. E isto parece-me um modelo adaptado daquele usado para avaliar o desempenho dos funcionários públicos, regindo-se não pelo desempenho real de cada funcionário, para por condições totalmente alheias à sua vontade e ao seu próprio poder: o sistema de quotas.

{Anonymous said...

só um reparo,

desde o inicio de todo o processo que era do conhecimento publico que não existiriam mais do que duas vencedoras por regiao...

foi dito varias vezes e estava no site de votação...
}

Não foi, assim, um evento para anunciar vencedores. Foi um evento para anunciar escolhidos.



# 5 - Sete Cidades / Pico
Dos açores, vamos com duas nomeações que chegaram até mesmo ao final. Lagoa do Fogo teria sido também uma excelente representante do que maravilhoso se tem em Portugal. Fico triste por não ter ganho e soube-o assim que se anunciaram Sete Cidades e Pico como vencedores (a nossa região estavam já com dois vencedores, pelo que mais nenhum seria de esperar). No entanto, e dada a competição na sua categoria, compreendo. Ganhou o Gerês, uma força extraordinária da natureza.



# 6 - Pauleta
Nem me atrevo a comentar o seu sotaque. Há gostos para tudo. A sua eloquência, no entanto, foi algo de verdadeiramente vergonhoso e tê-lo-ia sido mais não fossem os apresentadores um par de idiotas... pelo que ficou tudo como que em família.



# 7 - The End
O único momento em que senti verdadeiramente uma vontade enorme de estar em Ponta Delgada para ver tudo ao vivo foi no fim, quando o fogo de artifício começou na sua tarefa de iluminar a noite. E fê-lo muito bem. Adoraria ter visto in loco. Mas não vi.

||||||| wonders

A televisão foi tirada do quarto e trazida para a sala. A sangria está preparada e já se foram dois generosos copos.

O jantar está pronto, falta apenas servir.

A partir das 22:00 GMT estarei de olhos colados na tv a ver a transmissão em directo das 7 Maravilhas Naturais de Portugal. Votei em tudo o que era açoriano. Das quatro nomeações, espero que pelo menos uma seja escolhida: Lagoa do Fogo.

Entre os nervos até sair o resultado das votações e a ansiedade até saber em detalhe a vida do Amarguinho (ver post anterior), tou sem unhas a medir.

Era uma ganza, pá. Era uma ganza...

|n t|me

Eu tenho quase a certeza absoluta que tudo se deveu a este post, e uma leve suspeita de que o dito não teve nada a ver com nada.

O que é inegável é que tardou mas não falhou.

Aguardo, ansioso e roendo as unhas, por todos os detalhes.

20100909

|| 2


Dois é o número das segundas oportunidades. Redefine-se um projecto, repensa-se uma forma de estar, re-identifica-se e re-constroi-se. (Re-)cicla-se.

Piriing é o resultado de uma reciclagem do Rocks In Riots, blog que existiu durante muito tempo mas foi, por razões várias (algumas delas alvo de certo arrependimento), extinto.

Quando renasceu, fê-lo neste estilo que vos tem sido senão apreciado, pelo menos familiar, e que é o estilo actual. É o Piri Style.

Piriing está a comemorar o seu segundo aniversário entre feridas e questões por resolver. Dizem que não há duas sem três e que à terceira é de vez. O dois é apenas a porta aberta para o 3? De vez é para sempre?

Vai-se lá saber.

No segundo aniversário, Piriing afirma que há sempre uma outra forma de se viver a vida, de se viver os desafios e de recomeçar.

É preciso ver mais. É preciso sentir mais. É preciso fazer mais.

Importa fazer do passado uma criação para o futuro.


20100905

si|vestre


Tenho, finalmente, um frasquinho de doce de amora feito por Ela.

Admitir que estava maravilhoso foi como ter uma centena de facas a apunhalar-me os pulmões de cinco em cinco segundos. Mas tive de o fazer.

Está de comer à colher e de lamber a ponta dos dedos... fez-me lembrar o doce de amora que a minha mãe fazia quando eu era criança.

E como Ela deve andar agora que nem um palito lhe cabe no cú, com a atitude de "I am the queen of the doces", vou já fazer a minha próxima encomenda:

Doce de durião da Malásia.

| cup of tea

CS esteve cá e almoçou connosco. Trouxe pizza(s) e pão d'alho, e ainda uma garrafinha de branco que acabou por ser consumida semi-fria. Foi a mocas das mocas.

E trouxe-se a si.

É deveras impressionante como o reencontro com algumas pessoas acontece de forma como se nunca estivessem estado apartadas ou distantes.

A casa lamenta pela quantidade de más notícias que foram dadas em jeito de resposta à pergunta banal:

- Tudo bem?

Pois temos pena. É precisamente a estas pessoas especiais que nos permitimos responder em toda a honestidade.

Depois do almoço e da pedra do branquinho ainda por gelar, fizemo-nos homens com O grande e fomos para a rua levar com o sol na moleira para o Miradouro de Monte Agudo.

Tivemos direito a gelado e panaché... como se a moca que trouxemos de casa não fosse já o suficiente para nos partir as pernas aos bocadinhos.






20100901

d|e

Quando cheguei ao aeroporto, havia uma mancha branca à minha espera.

V. trazia uma camisa branca de manga curta, vestia umas calças brancas e, nos pés, o calçado era branco.

Cumprimentamo-nos depois de muito tempo sem nos vermos. O meu olhar evita o direccionar directo para aquela brancura toda e penso:

- Mas quem raio é que se veste completamente de branco hoje em dia?

E lá fomos para o nosso destino. Primeiro o parque de estacionamento, depois... a auto-estrada. A conversa faz um zapping entre histórias do passado, situações do presente e possibilidades do futuro. Temos um destino fixo.

A viagem demora cerca de duas horas e, já o dia anoitecido, quando nos aproximamos de Ourém, V. pára o andamento do carro e exclama:

- Pedrito! Eu não posso ir assim para o funeral do Palhacito! Estou todo vestido de branco!...

E, de repente, bate-me a mesma constatação.

Quando o vira o aeroporto apenas me incomodou o facto de ele estar todo de branco. Mais nada. Foi apenas aquando da sua exclamação que me apercebi que a brancura da sua indumentária era estranha para além da sua estranheza per si... Juntos, íamos ao funeral de uma pessoa que nos era muito especial.

- Trazes mais roupa no carro? (perguntei eu, ainda apanhado de surpresa pelo ridículo da situação)

- Sim.

E quando ele responde, abre também a porta do carro que tinha sido estacionado na berma de uma estrada, junto a uma moradia em ruínas.

A primeira coisa que fizemos foi mijar contra a parede. Depois, V. foi até ao porta bagagem e retirou de lá uma mochila.

Sem mais nada a declarar, V. começa a despir-se até ficar de boxers... brancos... na berma da estrada.

- Vou aproveitar para mudar tudo. (diz ele, despindo os boxers)

E, na berma da estrada, lá se vai vestindo ele.

- Só não tenho é mais nada para calçar... tenho aqui uns sapatos mas ficam-me apertados.

Nesta altura, quando olho para os ténis brancos que ele trazia desde o aeroporto, reparo que não são completamente brancos. Têm estampado em contornos vermelhos a palavra não muito apropriada: DIE.

Menos apropriado ainda foi o meu comentário, à despedida da mãe do Palhacito, no dia seguinte:

- Ele agora é que está onde merece!





Dois anos depois, começo a fazer pazes com o disparate da sua partida.