Já há alguns dias que L me anda a "assediar" por sms, perguntando por onde ando, dizendo que sente saudades minhas, insinuando que me quer convidar a jantar.
E eu, na boa, respondendo, mas sempre com a sensação de que, não tarda nada, terei que recorrer à última instância: dar parte de L na polícia... por assédio.
No entanto, eis que hoje surge o momento da verdade. Mensagem recebida com um convite explícito para jantar em sua casa. E sim, aceito.
Passo o resto da tarde preguiçosamente a ver tv, filmes com computador, fazer nenhum aqui, depois ali... ódepois descansar. Enfim. E preparo-me para sair e ir, então, a casa de L matar as suas saudades de mim.
Chego. Ao mesmo tempo que C e B. C entra primeiro. Depois B. Depois eu. Na cozinha há algo ao lume e é-me dito por C (confirmado oralmente por L) que aquele jantar deve-se apenas ao facto de a minha falta ser sentida por L.
E abraço aqui, elogio ali, sorriso mais além e tudo e tudo... Pão e queijo para entrada. Yum... enfardo-me. E graças a Deus que o fiz.
Acontece que o jantar seria ARROZ DE MARISCO. Ora, eu, esquisitinho como tendo a ser, nunca fui muito à bola com arroz de marisco. Mas estava-se bem. A companhia compensava, de longe.
É-me servido o arroz e, ao topar que não haveriam mariscos de casca dura e que os camarões existentes eram enormes, fiquei a achar que afinal de contas, o arrozito de marisco haveria de cair que nem ginjas.
No entanto, e como a alegria de pobre tende a ser curta, assim que meto a primeira garfada à boca eis que me sabe a... a... a...
COENTROS!!!!!
Caralhos ma fodam pá! Coentros. Eu odeio coentros. Por muito simpático que goste de ser, por muito gentil e cavalheiro, há um frete que eu não faço por ninguém: comer coentros. Não gosto. o cheiro dá-me dor de cabeça, e o gosto deixa-me com uma sensação de nojo na garganta.
Comi muito pouquinho mas, L: esse pouquinho que comi foi já um sacrifício que não fazes ideia. Só mesmo em consideração à tua simpatia, e à tua hospitalidade é que esse pouquinho me desceu sem voltar cá acima.
E bebemos vinho branco. E rimos. E dissemos disparates.
E chega a sobremesa. He he... Tudo contra. Gelado de morango. Ha ha ha ha ha. Acontece que eu acho que os morangos são dos frutinhos mais desinteressantes à face desse planeta e arredores. Foda-se... estava tudo contra.
Mas comi o gelado. E ainda tive direito ao último pedaço. Foi, no entanto, caricato.
L: Gracias muchas pelo jantar e, acima de tudo, pelo convite, pela intenção que valeu por centenas de jantares a meu gosto.
Teria ficado mais tempo, não fosse o facto de ter de me levantar cedo amanhã para ir trabalhar.
3 comments:
Uma provocação... pior do que coentros, só noz moscada... hum hum!
Eu, por acaso, até gosto de coentros, mas têm de ser usados com parcimónia, caso contrário anulam todos os outros sabores.
Se L. chegar algum dia a ler o que escreveste aqui, se for minimamente inteligente, vai aprender uma lição preciosa: não se cozinha para alguém cujo tempero desconhecemos.
A L. leu e ficou com a lágrima no canto do olho.
Piri, és cá um esquisitinho de primeira :)P
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