Em conversa de circunstância com a vizinha do rés-do-chão, ouvi-a dizer que o que a preocupava no actual ambiente de crise, era sentir o povo muito calado.
Edmund Burke disse um dia que "Tudo o que é necessário para que o mal triunfe é que os homens de bem nada façam". Quase dois séculos mais tarde, certamente com igual receio, confessou Martin Luther King que "O que preocupa não são os gritos dos maus, mas o silêncio dos bons".
Até quando se torna saudável aceitar o peso de ordens ditadas com base em fundamentos que falham vez após vez, sem ponderar a opção de manter inalterável a condição de liberdade adquirida à nascença? "Custe o que custar" deveria ser lema aplicável apenas às condições da supremacia da liberdade das nações, dos povos, dos indivíduos; nunca aplicável à manutenção dos interesses financeiros de uns em detrimento dos direitos fundamentais dos outros.
Não estaremos nós, em silêncio, colocando a afronta das mãos ao peito como que num acto de contrição, exibindo a "mea culpa" que ninguém sente como sua?
Encontraremos algum conforto, se recuarmos ao século XIX, nas palavras de Charles Darwin quando disse que "Não são as espécies mais fortes que sobrevivem, nem as mais inteligentes, mas as mais sensíveis à mudança"?
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