Os dentistas devem ter - em jeito de estágio - uma cena em que aprendem a conseguir orgasmos fazendo perguntas não retóricas a alguém que está de boca escancarada sem conseguir sequer engolir a própria saliva, quanto mais desenvolver temas da actualidade.
A mim, porém, mais do que deixar o raio do dentista sem resposta, apoquentou-me ver pelo cantinho do olho que o lencinho que eu trazia ao pescoço tinha escorregado e caído ao chão... e não havia forma de eu pedir a alguém que o levantasse para que não se enchesse de pó. Ainda para mais, o lencinho não era meu. Era de Lovinho.
Foi uma agonia. Já nem pensava no desconforto bocal, apenas imaginava o trapinho rodeado de germes. Quando finalmente achei que tinha fôlego suficiente para articular umas quantas palavras, apressei-me a pedir que levantassem o lenço, e engasguei-me na quantidade extraordinária de saliva que não foi aspirada.
Levantei a mãozinha [este foi o truque que o dentista me ensinou para lhe fazer saber quando o tratamento começava a doer]. Mas levantei-a tarde demais. De mãozinha levantada, senti as bochechas encherem-se de vómito.
Ergui-me num emaranhar de gesticulações, fui até ao cuspidoiro, e gritei, em alívio:
- Crédo!!!
E foi assim.
4 comments:
credo!
aahahah. Já me aconteceu encher o dentista de cuspo depois de me engasgar.
Dentistas...agora já consigo sentar-me numa cadeira destes senhores, mas antes só em último caso.
AHAHAHAHAHAHAHAH!
...AHAHAHAHAHAHAH
AH
aH
Ah
a
h
odeio dentistas...
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