OOP EXPERIENCES

20110114

br|ghtless

Tenho estado tentado a escrever sobre o assunto. Tendencialmente, resisto às notícias mediáticas como fonte de inspiração para os meus posts. Porém, decido deixar-me vencer desta vez e vou escrever sobre o CCC (Caso Carlos Castro).

Apenas duas pessoas saberão exactamente o que terá servido de gatilho para o sucedido. A mim, como aos outros, resta especular.

As minhas considerações:

- Finaram-se duas vidas: uma - de facto - a de Carlos Castro. A outra - a de Renato - porque o futuro avizinhado não garante promessas que se possam enquadrar no sentido da vida enquanto dádiva para ser usufruída com prazer.
(Renato Seabra decidiu trocar uma ameaça por outras tantas. Prevejo passerelles repletas de sabonetes caídos, desastradamente, ao longo dos corredores para as casas-de-banho, na ilha-prisão que aguarda carne fresca.)

- Muito embora possa vir a fazê-lo, custa-me acreditar que Renato Seabra tenha sido a parte fraca do desentendimento que resultou no esvair-se da vida de Carlos Castro.
(Este último foi agredido, foi sufocado e foi mutilado ao longo de sessenta minutos. São três actos distintos de violência, culminados num qualquer prazer mórbido que julgo gratuito numa situação de auto-defesa, ou zelo pela própria integridade física. Depois de inconsciente ou morto, que ameaça é que representa alguém?)

- Tanto quanto se sabe, Renato Seabra terá - em discussão violenta - afirmado que não era mais gay e que apenas tinha estado com Carlos Castro por interesse.
(Aplicar-se-á aqui, e para os mesmos efeitos servir de atenuante, o lugar-comum de só ser paneleiro o homem que pega de empurrão e nunca aquele que dá o empurrão?)

- Parece-me de extremo mau gosto que, ao gracejar sobre o sucedido, Carlos Castro seja - quase invariavelmente - o único alvo de grotescas definições, retratando-o como se fora um monstro, um larilas, um pervertido.
(1º - O facto de Renato Seabra ter assassinado e torturado Carlos Castro coloca-o em patamar deveras elevado em relação à sua vítima apenas porque a mesma se tratava de um "larilas"? 2º - Se foi já admitido - ao que se sabe - que havia um jogo de interesses, não vos parece apenas justo que ambas as partes cumpram com o que terá sido combinado?) 



Sobre o assunto, sei um quase nada. Sei, no entanto, que não há nada mais ilimitado do que a estupidez natural de algumas pessoas; e que há uma diferença imensa entre o humor negro e a visão afunilada do que se passa em nosso redor.

2 comments:

Memória said...

Assino por baixo.

CS said...

Por estas e por outras é que vamos estar na vida um do outro até um de nós sucumbir... :)