Fui tomar café com RQ. Entre mariquices e bichices e parvoíces fomos conversando sobre assuntos com alguma seriedade, embora todas as teorias se baseassem num certo grau de loucura saudável.
Falava-me ele que corre por aí - à boca míuda - que o estado pensa dar tolerância de ponto aos funcionários públicos aquando da visita do Papa ao território nacional.
Para mim isto não faz qualquer sentido uma vez que somos um estado secular. Somos, por outras palavras, um estado neutro no que se refere às preferências/escolhas religiosas dos seus cidadãos. Assim sendo, porquê deixar de trabalhar porque vem aí o Papa?
Se viesse um outro representante de uma outra religião também ficaríamos em casa a coçar os tomates?
Se é, de facto, importante esta visita, porque não dá o Papa tolerância de ponto aos sacerdotes e afins? Naquele dia não haveria missas para ninguém, nem confissões, nem baptismos nem práticas sexuais com menores. Só naquele dia.
Mas não! O estado secular que somos é que acha que pode ficar sem produzir numa época de crise. Tudo porque vem por aí abaixo um senhor vestido de branco (how predictable!) que, na minha modesta opinião, tem um pacto bem mais cumprido com o outro lá de baixo do que com aquele lá em cima.
Hipócritas!