OOP EXPERIENCES

20090122

|frosquini|

Soa-me bem. Soa a cerejas já cheiradas, já comidas, já passeadas por cada aresta, por cada recanto, por cada centímetro. Soa-me a liberdades libertinas e a imorais actividades. Soa-me a ti, a ti, a ti... e a ti também.

Sabe-me a tamarilhos delinquentes, sumarentos, amargos e doces: adstringentes. Sabe a pele da boca repuxada em prazer desassossegado. Sabe-me a nós, e a frutos secos também.

Cheira-me a madeiras queimadas em dia de verão, quente, abafado, iluminado até cegar, cheira-me a conteiras esmagadas, sugadas, vistas e trazidas para casa com odores que passam do prazo apenas mais tarde, não vale a pena pensar agora, nesse momento.

Sente-se como penas não validas, como recortes não encontrados, tão pouco colados de volta. Como textos vazios de palavras e cheios de pontuação.

Parece-se com sombra arrematadamente escondida no porão, por debaixo do alçapão, como quem vem das águas furtadas à sede, apalpando as ignóbeis frestas de ar fresco. Parece-se com caixotes arrumados ali, onde já vos contei.

No comments: