Aconteceu na noite de sexta para sábado. Por vezes há sonhos que nos deixam de pele arrepiada, com os cabelos de pé, com uma sensação nauseabunda provocada pelo terror; sonhos que são capazes de provocar uma reação física no nosso organismo.
Estava a descer a Rua da Boavista, para ir de onde para onde já não me lembro, mas sei que entretanto haviam muitos carros estacionados de cada um dos lados da rua, na sua secção mais estreita.
Tive que fazer umas quantas manobras para não bater em nenhum dos carros e eventualmente viro para a esquerda, para entrar dentro de um pequeno. Quando estaciono o carro e olho em redor, reparo que aquilo afinal não é um parque de estacionamento mas sim um terraço privado de uma casa.
Retiro então o carro dali e vou para o outro lado da rua onde há um parque de estacionamento em aberto mas saio com tanta velocidade, ansioso por sair do território privado que eu pensara ser um parque de estacionamento, que acabo por perder o controlo do carro e, quando vou mesmo a parar no novo lugar, a velocidade exigia uma travagem brusca e os travões, nesse momento, falham.
Vejo a berma que demarca o espaço de estacionamento a desaparecer por debaixo do carro, ele sempre em movimento, e cai para um nivel inferior. Começo a pensar no dialecto dos palavrões, mas o medo propriamente dito acontece a seguir... depois desse nível inferior há mais um outro, uma ribanceira. E o carro nada de parar. A queda para esse nível inferior só lhe deu ainda mais impulso...
O que acontece então foi, deveras, o mais próximo do terror que alguma vez senti... o carro começou a cair pela ribanceira abaixo, e eu via a queda acontecer... A parte da frente do carro totalmente a apontar para baixo e eu sem saber o que fazer para evitar o inevitável.
Só me recordo de começar a gritar um NÂO prolongado e quando a ribanceira sem fundo tornou-se apenas numa visão de negro, acordei.
I'VE GOT TO GET OUT OF THIS PLACE.
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