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A viagem de comboio traduz-se num arraial de toques polifónicos que em cortejo acompanham o percurso inteiro do itinerário. 

Durante meia hora ficamos a saber de uma mãe que saiu mais cedo do seu trabalho, por ser o seu aniversário, e combina com a sua filha um almoço "ali pertinho", pois não quer andar de um lado para o outro com as flores que lhe foram oferecidas.

Sabe-se também, em jeito de queixa, de alguém que não atende o telefone há uns dias e, sendo assim, é para esquecer e meter uma pedra no assunto.

Como quem não quer nada, há ainda outro que avança em tom provocatório para o seu interlocutor e pergunta: "Isto é uma ameaça?". Entende-se, pelo desenrolar da conversa, que afinal não é ameaça nenhuma e que há 500 euros em causa que não podem ser perdidos.