Bastava um olhar dos meus pais para que eu me apercebesse que estava mais perto da palma da sua mão, ou então quase a perder alguma das minhas pequenas regalias. Um olhar apenas, era o bastante para proferir a sentença. E o olhar, implacável, era muitas vezes o único castigo necessário. Na minha infância era assim.
Hoje em dia parece ser o contrário. Quem levanta a voz são os putos, detentores da última palavra, e quem cede são os pais, perfeitos palhaços no seu circo doméstico.
Não consigo deixar de me sentir preocupado com o futuro quando - e de acordo com o apregoado - ele será feito por um bandinho de selvagens em formação, a quem é permitido tudo a troco de nada.
E é vê-las por aí, dentições perfeitas, sem desvios... perdeu-se o encanto de uma boa bofetada, daquelas que fazem os dentes dizerem uns aos outros: "Então a gente vê-se mais logo!?..."
6 comments:
AHAHAHAHAHAHAHAH
com aquela dos dentes, arrumaste-me! ahahahahahaha
muito bom!
podes crer, não há mãozinhas decentes para largar uma boa bofetada.
por isso é que, com o meu filho, sigo a estratégia do "olho mortífero". e não pia!
não é pera doce!
E quando era o bliscão debaixo da asa seguido do baixinho: "Em casa a gente conversa." Não havia escândalos em público.
Compreendo....
Eu vejo pela minha sobrinha!
No domingo viu-me e nem me veio dar beijo (isto antes do almoço).
Ao lanche, saco de um balde de gelado e aí já veio a correr para ver o que eu tava a comer. "Sai pra lá, agora quem não te quer aqui sou eu."
E só tem 6!
Agora só um aparte, serei eu pior que a minha sobrinha? Afinal de contas, ela é apenas uma criança de 6 anos!!!
Huuu huuu, homens da luta??? Onde estão vocês quando são precisos?
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