20090228
dream|ing
A parte do sonho de que me recordo começa com a constatação do facto da minha avó materna, afinal, ainda estar viva. Já há muitos anos que assim era mas só agora, em conversas reveladoras com alguns membros da família, se tinha descoberto o “terrível” segredo.
Numa viagem de autocarro até a casa onde estaria a viver a minha avó, a ansiedade de a voltar a ver confunde-se com a tristeza de me aperceber que tantos anos ficaram perdidos sem a sua companhia por julgá-la falecida.
Quando chegamos a uma mini-freguesia constituída apenas por uma rua entre prados onde algumas casas marcavam o seu lugar, saímos de imediato do autocarro e eu começo a apressar o passo até encontrar a casa da minha avó.
Vejo-a ao longe, no seu quintal, a tratar de roupa para estender e recolher do estendal. Era uma mulher gorda, muito gorda. Daquelas cujo corpo se divide em dobras que se amontoam umas em cima das outras, um pouco como o bonequinho da Michelin. Mesmo no sonho, onde as coisas são muitas vezes estranhamente reais, não a reconhecia apesar de sentir uma certeza absoluta de que se tratava realmente da minha avó.
Com aparência jovem, ela falou-me de trivialidades enquanto me ia guiando pelo seu quintal até depararmo-nos com o seu galinheiro onde todas as aves eram verdes; galinhas, papagaios, patos e pombas… todas verdes.
Nessa altura senti um sentimento que fundia conhecimentos da vida real com os conhecimentos da vida que me era apresentada em sonho. Apesar da aparência jovem da minha avó eu sabia que ela, na verdade, morrera há muitos anos e naquela altura já era velhinha. Por isso no sonho eu sentia uma tristeza enorme por saber que agora que estava com ela de novo teria poucos anos para aproveitar a sua companhia. Não tardaria nada ela morreria (novamente).
Numa viagem de autocarro até a casa onde estaria a viver a minha avó, a ansiedade de a voltar a ver confunde-se com a tristeza de me aperceber que tantos anos ficaram perdidos sem a sua companhia por julgá-la falecida.
Quando chegamos a uma mini-freguesia constituída apenas por uma rua entre prados onde algumas casas marcavam o seu lugar, saímos de imediato do autocarro e eu começo a apressar o passo até encontrar a casa da minha avó.
Vejo-a ao longe, no seu quintal, a tratar de roupa para estender e recolher do estendal. Era uma mulher gorda, muito gorda. Daquelas cujo corpo se divide em dobras que se amontoam umas em cima das outras, um pouco como o bonequinho da Michelin. Mesmo no sonho, onde as coisas são muitas vezes estranhamente reais, não a reconhecia apesar de sentir uma certeza absoluta de que se tratava realmente da minha avó.
Com aparência jovem, ela falou-me de trivialidades enquanto me ia guiando pelo seu quintal até depararmo-nos com o seu galinheiro onde todas as aves eram verdes; galinhas, papagaios, patos e pombas… todas verdes.
Nessa altura senti um sentimento que fundia conhecimentos da vida real com os conhecimentos da vida que me era apresentada em sonho. Apesar da aparência jovem da minha avó eu sabia que ela, na verdade, morrera há muitos anos e naquela altura já era velhinha. Por isso no sonho eu sentia uma tristeza enorme por saber que agora que estava com ela de novo teria poucos anos para aproveitar a sua companhia. Não tardaria nada ela morreria (novamente).
Ao vir com ela ao encontro dos restantes membros da família passamos pelo curral dos porcos e entre alguns que estavam deitados na lama, reparei que havia um esquilo do tamanho de um coelho, cinzento e com duas listas pretas ao longo do dorso, também deitado no curral. Fiquei intrigado com aquele esquilo e recordo-me de sentir necessidade de comentar o facto com alguém mas entretanto ou acordei ou então o sonho pura e simplesmente acabou…
20090227
20090225
hein|?|
Porque é que x/0.1 é equivalente a x*10. Ou seja, por que raio é que dividir um número por zero virgula um é o mesmo que multiplicá-lo por dez?
Iss'é cma cousas do demón!!!
Iss'é cma cousas do demón!!!
20090223
diá|ogo
_Pior era cagar aquilo.
_Fô.
...
_Grande diálogo que a gente teve agora.
*risos*
_A gente excede-nos.
...
_A gente excede-se!!!
...
_Nos.
_Fô.
...
_Grande diálogo que a gente teve agora.
*risos*
_A gente excede-nos.
...
_A gente excede-se!!!
...
_Nos.
20090222
||
És toda minha.
As tuas curvas são riachos onde mergulha o meu corpo, onde nada a minha carne, onde descansam as minhas veias. As tuas arestas, esses recortes que me seduzem a cada centímetro, são um fogo que se vai acendendo à medida que avanço, à medida que me aproximo. Ao longo de ti, sinto-te toda minha.
Vejo-te a silhueta nunca se desvendar e sinto o toque de ti nas carícias que te faço. Acompanhas-me, roubas-me os passos, assaltas-me a grande velocidade.
Quando me meto dentro do carro, chave a ligar na ignição, e o destino cada vez mais perto, olho para ti e penso:
És toda minha.
As tuas curvas são riachos onde mergulha o meu corpo, onde nada a minha carne, onde descansam as minhas veias. As tuas arestas, esses recortes que me seduzem a cada centímetro, são um fogo que se vai acendendo à medida que avanço, à medida que me aproximo. Ao longo de ti, sinto-te toda minha.
Vejo-te a silhueta nunca se desvendar e sinto o toque de ti nas carícias que te faço. Acompanhas-me, roubas-me os passos, assaltas-me a grande velocidade.
Quando me meto dentro do carro, chave a ligar na ignição, e o destino cada vez mais perto, olho para ti e penso:
És toda minha.
20090221
do|| face
Bem me disseste que assim que eu visse o que tu tinhas no teu aifaiver, eu ia ficar todo invejoso e ia querer roubar. Esqueço-me, por vezes, do quão bem me conheces.
Aqui está. Para ser apreciado.
|harrassment|
peixe|rei
|||bomba|||
Ti-ri.ri.ri Ti-ri.ri.ri.ri Ti-ri.ri.ri.ru
_Boa tarde, em que posso ser útil?
_É só pr'ávisar que metemos *interferência* vosso estabelecimento.
_Desculpe? Não percebi.
_É só *interferência* zar que metemos uma *interferência* aí no vosso *interferência*.
_Meteram uma quê no nosso quê?
_*interferência*
_Tou? Tá lá???
_Foda-se!
_Ó senhor, que palavriado. Não lhe estou a ouvir nada bem. Quer desligar e voltar a ligar de novo?
bip bip bip
...
...
Ti-ri.ri.ri Ti-ri.ri.ri.ri Ti-ri.ri.ri.ru
_Boa tarde?!
_É só pr'avisar que metemos uma bomba aí no vosso estabelecimento.
_Cruzes! Uma bomba? Mas ó senhor...
_Sim. E vai explodir essa tarde. Essa merda vai toda pelos ares. Pummmm!!!!
_Mas pare lá disso, ó senhor, que isso não são assuntos para brincadeiras.
_Caralho! Há uma bomba aí dentro e vocês vão todos bater as asinhas essa tarde, porra! Vai tudo ao ar.
_Mas uma bomba? Mas... ai Jesus. Mas... Quer dizer... espere lá. Diga-me...
bip bip bip
...
...
Ti-ri.ri.ri Ti-ri.ri.ri.ri Ti-ri.ri.ri.ru
_Tou sim? Sim?
_Minha senhora... eu desliguei o telefone sem me aperceber que você ainda estava a falar. Peço imensa desculpa. Ia a dizer o quê?
_É o senhor da bomba?
_Sim, sou eu minha senhora. Diga.
_Pois... é que eu ia a pedir-lhe o seu contacto telefónico para poder preencher o relatório de ameaça de bomba.
_Ah, sim. Claro! É o cabrão do meu filho pá, que me anda sempre a alterar as definições do telemóvel e deixa-me com o número oculto. Quando lhe apanhar... Então anote aí...
_Diga.
_Nove um...
_Nove um...
_tal e tal e tal
_tal e tal e tal
_tal tal
_tal tal
_tal tal
_tal tal.
_Quer que repita a ver se anotou correctamente?
_Se fizesse o favor, sabe que isso mais vale prevenir...
_Então é o nove um tal e tal e tal, tal tal, tal tal.
_Sim senhor. Muito obrigado e boa tarde.
_Boa tarde pra si também senhora. Nosso Senhor lhe dê uma boa hora.
carro|com|filhos
Não costumo dar de fronhas com nada mais desorganizado e caótico do que o interior de um carro de alguém que tem filhos pequenos. Ele é fraldas ao deus dará, ele é metades de vários brinquedos espalhadas pelos assentos, debaixo deles, nas portas... ele é xuxas e ele é também chupas que foram vítimas de um par de olhos bem maior que a barriga.
A imagem acima demonstra apenas um décimo do cenário que descrevo. Existem registos orais de que até uma banana foi encontrada no carro. Provavelmente feita refém nas mesmas circunstâncias que o chupa.
Dica para uma melhor arrumação e aspecto do interior de um carro: Comecem por embrulhar a criança em papel decorativo, laçarote à volta e enviem para Abu Dhabi.
20090215
20090214
|rasquini|
O Douro Tinto 2005 é um vinho de cor intensa e aroma invulgar a frutos maduros. Tem um sabor macio com taninos suaves e um final elegante.
Basicamente, fui enganado. Do mais rasca que existe, esse vinho no dia seguinte ainda fazia valer as mentiras que o seu rótulo apregoava a sete ventos, com mão no peito, olhar nobremente virado para cima e voz grave como se valesse alguma coisa.
O sabor macio com taninos suaves é mentira. Acre como as coisas acres, o sabor arrepiava na pele e ardia garganta abaixo. Reafirmo aqui, com mais pujança que nunca, que definitivamente perderia o paladar em vez dos outros quatro sentidos.
O final elegante nem em sonhos, nem com esforço, nem pagando. Tal como os frutos maduros (talvez já podres ao que pareceu), ficou a experiência muito aquém do desejado.
A cor intensa estava lá sim senhor, e o aroma invulgar esteve bem próximo da verdade. Invulgar, de facto, esse vinho é o que os experts no assunto denominam de asco.
20090212
sentidos|perdidos
Perguntaram-me hoje de qual dos cinco sentidos eu abdicaria, caso fosse obrigado a perder um deles à minha escolha. Foi o meu estimado amigo Señor Limón que, estando sem conseguir dormir e sem mais nada que fazer, achou de interrogar algumas pessoas nesse sentido. Achei a pergunta interessante e não tardei muito em me aperceber que a resposta o seria ainda mais.
Rapidamente soube qual dos sentidos me faria menos falta. Obviamente que desejaria manter todos os cinco mas numa situação hipotética como a exposta, teria que abdicar do que me fizesse menos falta. E achei que seria engraçado deixar um registo aqui com o desenvolvimento da minha resposta.
VISÃO: Não. Esse sentido não o quereria nunca perder. Não poder ver mais as pessoas de quem gosto, deliciar-me na visão dos seus sorrisos, dos seus olhares ternos. Não poder ver mais os tons de verde dessa ilha/claustro, nunca mais ver os prados ladeados por hortênsias, as escarpas íngremes que desmaiam agressivamente no mar, as lagoas, as conteiras, os montes e os vales. Nunca mais ver o firmamento escuro, salpicado de estrelas, ou os tons de azul que o luar empresta à noite. Tantas coisas que quero continuar a ver. Mantenho, definitivamente, a visão.
AUDIÇÃO: O quê? Nunca mais ouvir música, nunca mais alimentar a minha alma e senti-la padecer aos poucos? Nunca mais ouvir um amo-te, nunca mais ouvir os passos de quem chega para me abraçar, nunca mais ouvir chamar o meu nome? De maneira nenhuma. Quero esse. Mantenho-o.
TACTO: Deixar de sentir a água morna da Caldeira Velha a sussurrar no meu corpo histórias que recordarei para sempre? Deixar de sentir a mão que carrega a minha pelos atalhos que se toma? Não poder viajar os dedos pelo corpo da pessoa amada e senti-lhe a pele, sentir-lhe o toque, sentir-lhe a presença? Não mais sentir o meu próprio afago quando me sinto menos protegido? Deixar de sentir no rosto a brisa que refresca a alma e me desperta para cada um dos minutos que se avizinham? Não. Ninguém me tire o tacto!
OLFACTO: Ser incapaz de cheirar as conteiras de verão, a maresia em redor da ilha, o perfume que traziam na noite anterior e que fica na almofada como pequeno prolongamento extra de uma entrega que nos rejuvenesce? Ser incapaz de sentir abrir o apetite pelo cheiro do nosso prato favorito? De caminhar pela rua de verão e sentir o cheiro a corpos bronzeados de côco. E nunca mais, na vida inteira, nunca mais sentir no dia quente de verão o cheiro de uma fogueira que arde ao ar livre e se esfumaça contra a luz forte do sol? Nem pensar. O meu olfacto não vai para lado nenhum.
PALADAR: Deixar de saborear o prato favorito. Deixar de poder saciar o desconsolo ocasional de algumas comidas e bebidas. Sim... seria difícil e por vezes quase angustiante. Mas de todos os sentidos, esse seria o que menos falta me faria. Em 85 por cento das vezes a comida serve-me apenas para saciar a fome. Não sou dos que tiram prazer extraordinário da comida. os desconsolos sim... seriam penosos. Mas mesmo sem sentir o gosto dos alimentos, poderia sempre ir jantar contigo, ver-te o rosto e afundar-me no teu olhar, sentir o teu abraço, ouvir-te a voz e cheirar-te. E, se pensarmos bem, de todos os sentidos, os dois que mais próximos são um do outro, são o olfacto e o paladar. Por vezes confundem-se os dois. Assim, poderia (pelo menos até certo ponto) compensar a ausência de paladar com um olfacto cada vez mais apurado.
20090206
para||elo
Recebo aquela mensagem daquela pessoa a combinar o tal programinha. Sabe bem. Sair do trabalho, o dia ainda agarrado à luz que sobra, cinzento mas seco, escurecendo sem pressas. Meto-me no carro, chave na ignição e vou para casa, sorriso estúpido na bocarra, já vivendo antecipadamente o início de fim-de-semana nesse final de tarde.
Musiquinha boa a passar no cd pirateado ontém, eu sem boa musica não passo. Seria como deixar a alma definhar por falta de alimento. Pronto a saltar de cabeça contra o mar... Oiço isso e deixo a mente ausentar-se por momentos. Penso na vastidão do mar à espera do meu mergulho, a água fresca a rejuvenescer os anos passados e mortos por aí. Penso em ti, no nosso programinha...
- Que vinho levo?
- Traz aquele que te apetecer.
- Ok. Mais alguma coisa?
- Sim.
- O quê?
- Gosto de ti.
Parece que vai chover mais logo. Que roupa vestir? Que tons usar? Desfaço a barba ou deixo-a como está? Que vinho levo?
Sim... acho mesmo que vai chover. O tempo não está nada seguro. E quando as gotas começarem a bater nos vidros, estarei já em tua companhia. E eventualmente irei adormecer ao som da tua presença, tocando na tua pele com a minha; as vozes por fim levadas no embalo que embala a noite até se fazer manhã.
Num daqueles universos paralelos ao nosso, provavelmente era isso que estaria a acontecer hoje.
20090204
o jardim da ce|este
Como prova a prova apresentada, a acusação feita funciona contra o acusador. É pegar, embrulhar, é enfiar e rodopiar.
de|ay
Aconteceu ontem.
Saio do trabalho. Combino encontrar-me com M, C, S e mais P em tal sítio. Meto-me no carro e vou feliz da vida estrada fora, a chuva a cair. O tempo tem andado de mau feitio.
A certa altura, sinto uma comichão nas costas. E fico incomodado. As comichões são a fodinha mais mal dada de todos os tempos.
Saio do trabalho. Combino encontrar-me com M, C, S e mais P em tal sítio. Meto-me no carro e vou feliz da vida estrada fora, a chuva a cair. O tempo tem andado de mau feitio.
A certa altura, sinto uma comichão nas costas. E fico incomodado. As comichões são a fodinha mais mal dada de todos os tempos.
Localizada nas costas, sinto-a crescer e cada vez mais incomodativa. De vez em quando roço as minhas costas nas costas do banco do carro a ver se consigo atenuar o desconforto mas nada. Como formigas impertinentes, a fazerem fogueirinhas minúsculas na minha pele, a comichão transforma-se em ardor. Sinto vontade de bezuntar as costas com gelo. Só assim sentiria algum alívio.
Continuo o meu caminho, a chuva a cair, o asfalto perdendo 2-0 contra as rodas do piripopó.
O ardor.
Estaciono...
A comichão sempre lá. Toda ela. Saio do carro e vou andando até ao tal sítio. E, de repente, fartinho da comichão nas costas, penso de mim para mim:
- No more Mr. Nice Guy! _E o que é que eu faço? De todas as coisas, o que é que eu faço?: Levo a mão às costas, directamente ao local afectado pela comichão, e (vocês nem vão acreditar) coço.*
Cocei!
Vocês nem sabem o alívio que foi. Depois de tanto ansiar que passasse a comichão, finalmente fez-se luz e apercebi-me que não era necessário esperar até passar. Bastava coçar. De vez em quando tenho esses momentos de puro brilhantismo cerebral. De vez em quando, o que faz falta é coçar.
É como quando o cigarro sabe mal e não vemos a hora de ele chegar ao fim, parecendo que dura a vida inteira? E que tal apagá-lo de uma vez por todas? E a música na rádio ou no cd, irritante, que nunca mais termina? Já tentaram mudar de estação ou simplesmente avançar para a faixa seguinte? Fica aqui a dica.
Vocês nem sabem o alívio que foi. Depois de tanto ansiar que passasse a comichão, finalmente fez-se luz e apercebi-me que não era necessário esperar até passar. Bastava coçar. De vez em quando tenho esses momentos de puro brilhantismo cerebral. De vez em quando, o que faz falta é coçar.
É como quando o cigarro sabe mal e não vemos a hora de ele chegar ao fim, parecendo que dura a vida inteira? E que tal apagá-lo de uma vez por todas? E a música na rádio ou no cd, irritante, que nunca mais termina? Já tentaram mudar de estação ou simplesmente avançar para a faixa seguinte? Fica aqui a dica.
_______________
*Reparem no quâo obtusa se parece a palavra escrita da conjugação do presente do verbo coçar na primeira pessoa do singular.
20090202
brrrrrrrrrrrrrr|
E o frio que aí está? Tenho os pés frios, gelados que nem dois cubos de gelo. Tudo onde toco tem aquele arrepio doloroso que arregaça a espinha e obriga o foda-se a saltar boca fora. Eu não quero exagerar, mas arrisco a calcular que lá fora devem estar, no mínimo, uns mil milhões de graus negativos.
coming|soon
Corações ao alto. O dia N está a chegar. Aproxima-se sorrateiro, como quem não quer nada, braços cruzados atrás das costas, passinhos de lã, quase vagabundos, como quem não tem destino fixo, como quem não sabe para onde vai.
Mas eu sei que tudo não passa de uma manha para me apanhar distraído na hora zero, apontar o dedo à minha pessoa sozinha e rir na minha cara com gargalhadas que ecoam sinistramente.
São as almofadinhas em forma de coração, vermelhas ou rosa, nas montras; são os balões que brilham em tons de sedução com dizeres vindos do fundo do coração; são os peluches todos mimosos, macios, fofinhos e com cara de parvos a sorrir como se fossem idiotas; são as rendas, os postais, e são o raio que parta em tons de amor...
Já se sente o odor penetrante e nauseabundo do love is in the air. É já dia 14.
Como diria um amigo meu: Pfuuu!
Subscribe to:
Posts (Atom)