OOP EXPERIENCES

20100824

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Chega-se de mansinho, matreiro como quem não quer a coisa.

Vem pelas frestas das janelas, por debaixo da porta, à pancada seca na rua... um fresquinho de Outono que, sem o ser ainda, é já apregoado nas bocas de uns e outros. Sente-se na pele eriçada escondida sob os trapos de verão.

Brevemente, perto de si, um desenrolar de meses cinzentos, frios, alagados. Os rostos sombrios, a fazer pandam. As mãos que se aquecem mutuamente, a humidade em forma de pequena nuvem a cada respiração tremida.

Brevemente, também, a procura do outro na cama, braços em volta, o calorzinho bom daquele que é especial. O cheiro a castanhas assadas na rua, a ânsia de chegar a casa para chá e biscoitos e, finalmente, os exageros da época de férias camuflados por debaixo de pilhas de roupa.

- Engordaste?
- Não. Deve ser do pullover que trago debaixo da t-shirt. Deixa-me.

E fica feito! No questions asked.

Sonha-se com uma lareira numa cabana num bosque.

Fazem-se passeios pelos caminhos, enquanto as protuberâncias atravessam uma nova idade do gelo.

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