OOP EXPERIENCES

20100831

20100830

|avanças

Há um colchão novo no sótão. É insuflável e andou guardado todo este tempo até que eu deixasse de lá passar algumas noites. Quando eu por lá andava, dormia num colchão tripartido que eu próprio comprei para o efeito e que, para o final, já era mais fino do que os lençois com os quais me cobria.

Há também um computador novo. Um que não faz barulho enquanto está ligado. Quando eu lá passava algumas noites, os sons do computador faziam-me pensar que eu estava em plena pista de aeroporto. Mas agora que já não passo lá as noites, há um computador novo que não faz barulho.

Deu-me a sensação de também haver um mini-bar algures e, provavelmente, um en-suite bedroom com moço-a-dias... just for the guests!



Foram estas as notícias trazidas por Ela, quando me ligou, estava eu a meio da escrita do post anterior. Mas isto nem foi o pior de tudo. O pior foi a forma como ela arrematou todas as conversas antes de desligar descrevendo, quase em detalhe, o que iria fazer de seguida.

Não foi bonito de imaginar.

Às vezes prefiro que as pessoas desliguem de uma vez. Sem dizer um adeus, ou um falso "ligo-te amanhã".













Damn you!!!

c|ing fi|m

Começa-se devagar, para se lhe dar com o jeito. De início, a sensação de estar tudo sobre controlo. E a coisa vai deslizando como devia. Festeja-se - antecipadamente - o sucesso da Operation Leftover.

É geralmente no meio deste devaneio vitorioso que a coisa começa a descambar. Um dos cantos dobra e cola-se ao outro mas isto nem é o pior. Consegue-se, mais ou menos a custo, descolar os cantinhos e, no momento em que se vocifera um ah ah de missão cumprida, tudo o resto desmorona e ganha vida própria.

Os cantinhos descolam mas o resto inicia uma trip que vem não sei de onde... e agarra-se a metade de si própria, enrola-se nos dedos e nas mãos.

Tenta-se alisar de um lado e consegue-se... apenas para aperceber, logo de seguida, que o outro lado continua por domar...

Depois é a falta de fôlego quando damos por nós com tudo emaranhado à volta do rosto, e cada bafo se esvai em gotinhas mesmo junto à ponta do nariz.




Odeio película aderente.

20100828

|underground|

Regressa-se de um passeio por Alfama e S. Vicente de Fora. Passa-se por uma loja em cujas montras estão artigos vintage.

- Deve ser roupa de segunda mão (penso eu).

Entra-se, pela curiosidade. Faz-se um browse (des)interessado pelos expositores.

- Segunda mão my ass! (corrijo o meu pensamento, admirando os preços).

Casaquinhos de ma-ínha a rondar os cento e poucos euros será o suficiente para vos indicar o tipo de sítio em que nos metemos.

Ela liga quando estou sentado a experimentar uns ténis. Oiço a buzina de carro antigo a zunir no meu bolso, toque personalizado para a criatura. Para além de estar ocupado, achei que não seria adequado atender o telefone a pessoas pobres quando estava a experimentar calçado numa loja super chique e cara como tudo.

Os ténis que eu experimentava estavam a saldos. De cento e poucos euros teriam descido para setenta e daí para sessenta. Os últimos três pares, chamemos-lhe Os 3 Messias, estavam por 10€.

Um deles era exactamente o meu número.

Hoje vou dormir calçado.

E ainda trouxe um pin de oferta cuja foto não resultou devido à intensidade da luz. Creio que terá sido a melhor compra de todos os tempos.

| swear

Eu juro! De pés juntos, com uma mão no peito e chapéu na outra, eu juro que estou a tentar afastar obscenidades e ordinarices do meu blog.

Mas parece que tenho um "dom" de atrair certas situações que me empurram para o Inferno. Deve ser sina.

O que está abaixo é um pãozinho que foi colocado à mesa para o jantar. Foi o lovinho quem nele pegou primeiro e reparou nas similaridades com outra coisa. Mais forte do que eu, o pensamento apanhou o TGV em direcção ao telemóvel e, quando eu dei por mim, já estava a fotografar para vir aqui colocar no blog.




Quando a sessão fotográfica acabou, Lovinho não se fez de modas e arrancou-lhe a cabeça para a servir com queijo brie.

12 mi|

Sem prejuízo da validade/autenticidade de todos os sentimentos envolvidos no que verão a seguir, devo confessar que me choca aperceber que certas "instituições" se prestam à tarefa pouco digna de perpetuar estereotipos que a mentalidade de hoje em dia se esforça tanto por combater.

É como empurrar uma bolinha de neve encosta abaixo, nos Himalaias.

Por favor, queiram reflectir.





E o pior disto tudo é que ficamos sempre por saber quem raio é que foi o/a estilista. Odeio não saber das coisas.

Já avisei o Lovinho:

- Quando for o nosso dia, não faremos por menos que isto!

|isboa



Menina, moça e depravada.
Assim é Lisboa no seu melhor de grande aldeia.

a|fama & beyond


















e|even



Nunca compreendi o porquê de não se dever voltar ao lugar onde se foi feliz, apesar de saber que o passar do tempo e a distância fazem alterar, irremediavelmente, a nossa percepção daquilo que foi um dia, e do lugar onde tudo aconteceu.

Nem sempre os regressos nos levam ao local de partida. Mas julgo que nos levam sempre para mais perto daquilo que nos falta ou, no mínimo, para mais perto da verdade do que nos falta.

Nunca mais o ninho será o nosso ninho, depois de abandonado. Será para sempre apenas o ninho que foi nosso. O passado nasce e cresce.

E mesmo que cresça o número de pessoas a quem diria na cara que são vazias e que tão bem ficariam longe da minha vista, reconheço que o número daquelas pessoas que me são queridas não mirra. Guardo-as como se delas dependesse a integridade de quem sou - porque delas depende, de facto, a visão que tenho de mim.

Os lugares falam por si próprios, mesmo que alterados - inevitavelmente, tantas vezes. Há sempre um cheiro, uma cor, uma pedra, um muro, um spot que se mantém; voltar a ele é ser feliz de novo, mesmo que em contexto diferente.

O mundo é pequeno mas, infelizmente, não cabe num só bolso.




Tudo isto resulta de uma conversa lida sobre lapas, minis e necessidade de rir até chorar... algures na blogosfera.

Saudades de Ela e da perna que fazemos um ao outro no perfeito disparate. Saudades de LP1, excelente cúmplice disfarçado de espectador distante. Saudades de CS, fonte de equilíbrio entre o disparatado e o não tão disparatado. Saudades de B e dos seus plots contra todos, à descarada. Saudades de S, o destabilizador.

20100824

w|sh #1

do you wish to take your mind away for a while?

take it here!

Note 1:
The use of headphones with a little touch of loudness is not only recommended but encouraged by PIRIING.


Note 2:
While we do not encourage the use of drugs when listening to the sounds of PIRIING, we do recommend it. Please make up your mind as you will.

fa||

Chega-se de mansinho, matreiro como quem não quer a coisa.

Vem pelas frestas das janelas, por debaixo da porta, à pancada seca na rua... um fresquinho de Outono que, sem o ser ainda, é já apregoado nas bocas de uns e outros. Sente-se na pele eriçada escondida sob os trapos de verão.

Brevemente, perto de si, um desenrolar de meses cinzentos, frios, alagados. Os rostos sombrios, a fazer pandam. As mãos que se aquecem mutuamente, a humidade em forma de pequena nuvem a cada respiração tremida.

Brevemente, também, a procura do outro na cama, braços em volta, o calorzinho bom daquele que é especial. O cheiro a castanhas assadas na rua, a ânsia de chegar a casa para chá e biscoitos e, finalmente, os exageros da época de férias camuflados por debaixo de pilhas de roupa.

- Engordaste?
- Não. Deve ser do pullover que trago debaixo da t-shirt. Deixa-me.

E fica feito! No questions asked.

Sonha-se com uma lareira numa cabana num bosque.

Fazem-se passeios pelos caminhos, enquanto as protuberâncias atravessam uma nova idade do gelo.

|news|

É oficial! Não é mentira. É mesmo verdade!

EU DEIXEI DE CONTAR OS TROCOS AO FIM DO MÊS!!!

Agora conto-os ao início da segunda quinzena. Rais parta!

Apetece dizer pintxa. Mas eu prometi a mim mesmo que iria deixar de dizer palavrões no meu blog.

(estalido c'a boca)

20100823

a p|le of debr|s

Nascem tortas e soberbas para darem à costa nas praias dos seus direitos. Afogam os deveres como quem, antigamente, afogava as crias dos gatos que, sem a devida autorização prévia, procriavam nos quintais.

Ainda agarrados aos troncos encontrados no remoínho das marés, espreguiçam-se à luz dos seus conceitos e os de mais ninguém.

Não fazem nada agora, enquanto esperam que seja tudo feito já. Manda apenas a sua palavra e eles, cobardes, através dela, escondidos nela; levantam-lhe o timbre como quem faz levantar o sol à sombra. Impecáveis.

São, a bem dizer e sem mais nada a acrescentar, a true pile of debris.

20100821

&|quote

Num convento o que me aborrece são os cortes de cabelo.

by Tia Papixa

20100818

c|rcus

A vida que corre em meu redor parece, de quando a quando, um circo. Eu identifico-me cada vez menos com o que vejo.

Recuso-me a ser palhaço e tenho já os sapatos big size e a bolinha vermelha (que serve de nariz) disponibilizados a quem quiser.

Sei de umas quantas pessoas a quem me apetece enviar os adereços à laia de oferta/bofetada... receio, no entanto, que talvez não seja muito boa ideia.

Acho as pessoas vazias cada vez mais ridículas... e quem dera chegar-me a algumas delas (conheço-as bem) para lhes dizer isto na cara.

Estarei pensando no assunto durante os próximos dias.

20100815

|ast minute notice

De novo pela blogosfera, levo o cursor do rato até ao NEXT BLOG... a acção repete-se inúmeras vezes. É tudo escrito em brasileiro... é tudo escrito sobre Cristo.

Num deles, em letras garrafais:

JESUS VEM! VOCÊ ESTÁ PRONTO?

Levanto-me e vou a correr para o quarto. O coração aos pulos, a emoção, a ansiedade... abro o guarda-roupa e záz!!! A desilusão.

- Não. Eu não estou pronto.

Os ombros descaem.

Logo agora que Jesus estava quase a chegar... e eu sem nada para vestir.

sca|a


Dream On by Scala
(original from Depeche Mode)

ground|zero

De casaquinho dobrado, no braço, mochila às costas e gravatinha no lugar, ele vai com as fussas ao chão, suporta o peso do corpo no cotovelo que aflige contra à superfície irregular das escadas rolantes.

Está na estação da Alameda, em hora de ponta e, assim que o evento toma lugar, lembra-se de perguntar, de si para si, enquanto se levanta carregando o peso do embaraço:

- Será que alguém viu?

Ainda hoje se desconhecem as razões pelas quais se espalhou ao comprido, em público, ao final do seu dia de trabalho.

- Ai! (alguém suspirou atrás de si, tomando suas as dores dele)

- Ai?!? Ai, a pombinha tesa (terá ripostado ele, em pensamento)!

A sua exclamação monossilábica, enquanto via aproximar o chão do seu nariz, foi outra. Foi de espanto.

- Como é que é possível?



A última vez que se lembra de se ter espalhado todo foi há muito anos atrás, nos seus quinze frescos anos. De regresso a casa, vindo da escola, metera as mãos nos bolsos do casaco e caminhara o percurso habitual de regresso, pela Canada das Galinhas - rua em obras, no dia em questão.

O olhar distraindo-se aqui e ali, os passos começaram a falhar e foi resvalando gradualmente até cair dentro de uma vala aberta, com as mãos todas lá... sempre metidas nos bolsos do casaco.

- Será que alguém viu?

E depressa se levantou, erguendo-se para fora da vala qual messias recuscitado, fazendo-se passar por mestre de obras - e aquela vala estava a necessitar de atenção.

- My work here is done! (e seguiu para casa, ansioso por lamber as feridas)

20100813

de |x|

de uma primeira
não chegamos
inteiros

não partiu
apanhou boleia
ficou atrás

de uma segunda
partir não é
ter já partido

a ausência
será
a mesma?

de uma terceira
sabe-se
à boca miúda

é
de
vez

puta da ve|ha

- Puta da velha que até me deixa sem fôlego (diz Tia Papixa, ouvindo cantar Amália).
- Eu tinha aqui o meu tabaco e agora já não tenho (reflecte a outra, a Antiga, ignorando que o tabaco está mesmo em frente aos seus olhos).
- Eu se estiver cá, também vou! (irrompe Tia Papixa, referindo-se à Procissão da Nossa Senhora da Saúde que passa aqui perto, no Intendente).
- Oh sim! (afirma a Antiga, confirmando que gostaria de mais um copo de vinho).

Ainda não sei se iremos à segunda.
É lançado na mesa um boletim de euromilhões para preencher mas ainda não é meia-noite. São 23:08 - o euromilhões é para ser feito mais tarde, na sexta-feira que se aproxima, dia 13.

(…)

- Fumo Fumo! (apregoa, categoricamente, a Antiga).

E torna-se oficial. Vamos à segunda.

- Eu estaria a chupar aqui nas pernas de uma lagosta (afirma a Antiga, invocando um cenário em que fosse rica).
- Eu sei o que é que eu estaria a chupar... (arremata, vagamente, Tia Papixa, e dirige-se para a janela com um cigarro na boca).

back|on|track

No regresso, eis o primeiro registo - dedicado a LP1.

are

you
ready
for
the
full
sound
of
piri
?

20100804

ho|d

A vida graceja-nos, por vezes, com a ilusão de que domamos o curso das nossas iniciativas.
E é mentira.

Decido dar férias ao meu blog. Não me tem dado a mesma pica que dava... creio que se afastou do seu curso. E eu, pensando que não.

Vim cá para escrever uma outra coisa qualquer.
E bateu, corajosa, a pergunta: Para quê?

O Piriing regressa brevemente - com mais pica.

20100802

h|gh on a tr|p


Alguém sabe se a outra já chegou a Bruges? É que quando ela chegar, vou eu começar com uma petição para comprar uma Hippie Camper Van.

I have a dream: ir de freak-o'férias com Lovinho, numa de pêéssagá (peace, sex and herbs) por aí, sem destino fixo; os percursos decidindo-se a si próprios.

Vamos colocar à venda as nossas posses: um canivete, um corta-unhas, uma pinça, sacos plástico do El Corte Inglés, folhas de papel em packs de 12... e mais que irei revelando aos poucos.

I have a dream.
I WANT TO GO HIGH ON A TRIP.

s|nes fmm

O meu primeiro fê mê mê (Festival Músicas do Mundo) foi wow.

O tempo em Sines poderia ter estado melhor mantendo os dias quentes em vez de ir alternando entre sol abrasador e céu coberto com um fresco a lembrar o Outono.

De resto, foi tudo cinco estrelas. Fiquei fã do Festival, do espírito hippie daqueles dias em que toda a gente dançava pelas ruas, acendiam as suas ganzas e fumavam as coisinhas estranhas como quem fuma um cigarrinho. O importante era a batida e o ritmo e os sons dos concertos... a praia, as noites por dormir e a boa vida a ser vivida. Excelente! Um Woodstock à Alentejana que eu faço questão de repetir todos os anos.

É vê-los passar pela avenida, pelas ruas da cidade, cada um com a sua garrafa de vinho, de cerveja e vai-se lá saber que mais... Sacos de vinho debaixo do braço, parecendo gaitas de foles, chinelos calçados, os corpos vestidos sem nenhum rigor.

Apesar de nenhuma das fotos fazer justiça ao evento nem aos excelentes momentos que vivi durante o fim-de-semana, deixo-vos algumas à laia de convite para as edições futuras.
A multidão no palco da praia.


Concerto no Castelo.


Castelo.


Por detrás da máquina, desciam sangrias a refrescar a garganta.


Trip.


So they think they can dance.


Em palco.


Cavalo Branco v.1.


Cavalo Branco v.2.



Tasquinhas.


Beach camp v.1.


Beach camp v.2.


From Pontal.


The Third Kind.


Praia do Norte.


Our spot.


Cloud nbr. 9


Nós.


Close to paradise.


Looking after.


From the Azores with love.


Da praia para o Costelo.


Nós estivemos aqui.


Smoked.
(Foi por aqui, marcava o relógio 01:57, pessoas estranhas e com sérios problemas de saúde mental, ligaram. Dei por elas através da mensagem de voz que foi deixada. A música estava extasiante, as pessoas começavam a aglomerar-sem em quase novelos, e no ar circulavam fumos estranhíssimos... eu estava nas minhas sete quintas, coff coff... acho que apanhei frio... esta tosse...)

Cavalo Branco v.3.


O Castelo em chamas.


O grande final v.1.


O grande final v.2.


O grande final v.3.