Para aqueles que ainda não sabem: sim! Eu apanhei uma alergia ao terceiro dia de estar com PMC. Pontinhos vermelhos pelo corpo todo, uma comichão de deixar agonias e um medo que fosse sarna que era uma coisa muito séria.
Fui ao hospital. A senhora doutora pede-me para despir a camisola. E eu, menino bem-comportado, assim o faço. Reparei pelo cantinho do olho que, assim que ela me viu as manchas, deu um passo quase apressado para trás.
_Ai o caralho! (pensei eu) Tou fodido.
Pergunta-me se tenho as manchas desde há muito tempo e tal e coiso e isso e bla bla bla. Respondo às perguntinhas e sou encaminhado logo de seguida para a sala de espera.
Dali a pouco chamam o meu nome e trata-se do enfermeiro que me leva para a sala de enfermagem e me diz que vai administrar duas injecções: uma de antihistaminico e outra de cortizona.
_O quê? Mas a que propósito?
_Não em faça estas perguntas. Eu só estou aqui para administrar o que a médica receita.
_Então faça favor de guardar as injecções e leve-me até à médica novamente. Não é normal que ela não me tenha sequer dito o que possa eu ter e me traga, sem informação nenhuma, para ser injectado assim sem mais nem menos.
E lá me leva ele de novo até à médica.
_Ó doutora, assusta-me um bocado que você não me tenha informado das suas suspeitas em relação ao que eu tenho na pele e que me envie, assim sem mais nem menos, para a sala de enfermagem ser injectado com cortizona. Quer dizer... não lhe teria ficado bem perguntar-me - no mínimo - se eu sou alérgico a cortizona?
_É?
_Não sei.
_Então vamos descobrir.
_E para isso não bastaria uma dose reduzida em primeira instância?
_Se não quiser fazer a medicação não faça. Pode ir embora. Mas se ficar para a fazer, terá que ser assim e fica cá sob vigilância durante um mínimo de quatro horas a ver se reage adversamente.
_Então, sendo assim, posso entretanto ir lá fora visar quem me acompanha de que terei de ficar algum tempo aqui sob vigilância?
_Sim.
_E quando voltar, venho ter consigo?
_Ter comigo, não! Tenho mais que fazer. Há muitos pacientes para tratar.
_Compreendo. Eu, porém, sou um deles, e prefiro ser bem tratado.
_Não. Não venha ter comigo. Pode ir ter com o enfermeiro que ele está a par do que lhe deve administrar.
Por essa altura já eu estava com comichão era na palma da mão, inquietinho para lhe partir aquela trombinha toda. Toda!
Depois de muito ter pensado, decidi fazer a medicação e lá levei as duas injecções. Uma de hidro-cortizona, intra-venosa (weee-ú!) e outra do tal antihistaminico no rabo... que dores!!! Créde! Fiquei a manquejar ainda por alguns minutos.
E foi a espera. O silêncio dos corredores no hospital. O saber que os meus amigos estavam todos juntos no Largo 2 e eu estava nos corredores da morte. De pouco a pouco olhava para o relógio. Passara apenas meio minuto desde a vez anterior.
Olhava, com desconfiança, para os braços a ver se a cortizona começava a manifestar-se em erupções freak, em inchaços assustadores... graças àquele cujo nome se escreve com letra grande: nada!!!
Eventialmente, uma hora e meia depois, a médica lá me deixou ir embora, após me receitar um gel de banho, e dois comprimidos. Não poderia beber nem conduzir durante os próximos sete dias (yeah... right!!!).
O gel de banho cheira mal que até doi. Um dos comprimidos dá uma moca de sono (com ligeiras alucinações), excelente para substituir a erva do Pico, e o outro não faz nada... Acho que é só mesmo empata fodas.
Decidi, por sugestão da médica, não tomar o da moca de sono que me inibiria de conduzir. Tomava-o apenas à noite, após ter cabrejado pela ilha ao volante do meu popó. Quanto ao álcool... muha ha ha ha... Deixem-me!
Já está tudo melhor. Os pontinhos vermelhos secaram e a pele volta ao seu estado normal.
Over and Out.