OOP EXPERIENCES

20081102

do|seco

Quando começa, já eu sei que me perdi a meio de um percurso entre um local de partida (que permanece uma incógnita) e o cume da Serra da Estrela. Quando a consciência de me ter perdido assalta cada veia do meu corpo, olho em frente e dou com uma nascente de água. Melhor... uma fonte ornamental de água de nascente. Parecia a torre de Babel, mas não tão imponente nem tão circular... Era mais longa que redonda.

A um dos lados está uma placa com o nome do rio de onde chega a água para essa fonte/nascente. O rio chama-se Do, e tudo indica que ao longo dos tempos o rio terá secado pelo que agora o nome daquela pequena localidade onde está a fonte se chama Doseco.

Subo pela fonte até chegar ao seu topo. Lá em cima, a minha preocupação primeira é verificar o quão fria estará a água. Meto os pés dentro de água e noto que ela de facto está bastante fria mas não tão gelada como calculei. Pensei que ali, a meio caminho do cume da Serra da Estrela tudo fosse bem mais frio do que aparentava ser.

De cima da fonte, com os pés molhados, olho em redor e vejo que, entre as árvores dos bosques em redor, escondem-se e vivendas com jardins e piscinas. Numa das piscinas estão três homens. Um deles não sei exactamente o que faz... acho que anda por ali a passar o tempo de um lado para o outro. Os outros dois estãoa boiar na água da piscina, um de barriga para cima e outro de barriga para baixo. Como se fosse verão, como se não fosse a Serra da Estrela.

Desço da fonte e, apesar de estar perdido, parece-me boa idéia continuar a seguir o caminho de terra batida que tenho vindo a seguir até agora. E lá vou eu. Até que, ao atravessar o que parece ser uma propriedade privada atravessada por esse caminho de terra batida, dou por mim a passar por baixo de um arco coberto de era. Do outro lado desse arco surge uma homem. Tronco nú... estava por alí a cortar a relva do seu jardim. Senti medo. Estava perdido num sítio desconhecido, e estava a invadir propriedade privada - alheia.

Peço direcções. Ele apresenta-se como Elísio. Iniciamos um diálogo que me deixa tranquilo e seguro na presença desse homem e, das palavras que trocamos, aquelas que melhor me lembro são as últimas que ele me disse antes de eu prosseguir o meu caminho:

- Quando chegares à ermida lá no topo, não olhes para cima. Está tudo a cair aos bocados e pode ser que algum deles te caia no rosto.

Eu sei que cheguei eventualmente à ermida e ela estava, realmente, a cair aos bocados. E sei que algo se passou quando lá cheguei, mas o quê exactamente, já não me recordo.

Quanto a tudo o resto... não perguntem. Eu sei quase tanto como vocês.

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