A primeira coisa que lhe noto é o pingo transparente que sobrevive agarrado à ponta do seu nariz. Parece que pende e vai cair mas vence a gravidade até que, implacável, um lenço de tecido tirado do bolso é levado na palma da mão até à zona húmida e fica o caso arrumado.
Quando o lenço é retirado do bolso, noto-lhe a braguilha aberta. E a partir daí, todos os minutos foram longos e penosos.
Durante o tempo todo a figura decrépita de 85 anos permaneceu de pé em minha frente queixando-se do seu filho que era um mentiroso e fazia-se valer do seu nome de família para desrespeitar as autoridades.
- Era melhor que fosse ladrão! Mas mentirosos eu não abrigo. Mesmo sendo filho meu, não o defendo. Não gosto de mentirosos. (dizia o senhor, claramente afectado pelas desventuras do seu rebento de 55 anos).
Independentemente do teor de cada parte do seu monólogo, a única coisa que de facto me incomodava durante todo o discuro era a sua braguilha aberta e os meus olhos atentavam naquela visão do inferno num acto de sado-masoquismo inevitável. Como quando alguém escarra para o chão e, apesar de ficarmos enojados tão somente como o som do escarro, olhamos em direcção do chão para ver a "obra de arte". Acontece, irreflectidamente.
Quando vejo a minha tortura aproximar-se do fim à medida que o senhor se vai aproximando da porta de saída, ele imobiliza-se, vira-se para trás e:
- Não se incomode com a minha pergunta, mas o menino corta o seu cabelo tão curto porque ele está a cair, não é?
(wtf? v.1)
- Não, senhor. Habituei-me a ter o cabelo curto desde o tempo da tropa.
- Ah!... (no seu rosto, uma expressão de alguém que está por convencer)
(...)
- Pelo sim pelo não, vou ensinar-lhe um truque. Todos os dias deve comer uma colher-de-café de gelatina. Em pó mesmo. Quando a meter à boca vai ver como ela se desfaz, como se fosse açúcar. Todos os dias. Vai ajudar-lhe a fortalecer o seu cabelo...
(wtf? v.1.2)
Ele aproxima-se novamente e, de novo, o olhar estagnado na sua braguilha aberta.
- Vai ajudar também nas cartilagens. Está a ver? (ele mostra-me as suas unhas longas e pontiagudas... parecia o Eduardo, mas em vez de lâminas, eram unhas). Sabe porque é que as tenho assim? Porque como sou velho e indefeso, se alguém me quiser fazer mal, arranco-lhe os olhos com as unhas.
Indefeso my ass! (pensei eu, imaginando as torturas que as suas unhas poderiam provocar na pobre alma que lhes fizesse frente).
Foi tudo muito surreal, mas o que ainda não consegui digerir foi a lata do gajo a insinuar que o meu cabelo estava a cair... grande coiro!
Quando o lenço é retirado do bolso, noto-lhe a braguilha aberta. E a partir daí, todos os minutos foram longos e penosos.
Durante o tempo todo a figura decrépita de 85 anos permaneceu de pé em minha frente queixando-se do seu filho que era um mentiroso e fazia-se valer do seu nome de família para desrespeitar as autoridades.
- Era melhor que fosse ladrão! Mas mentirosos eu não abrigo. Mesmo sendo filho meu, não o defendo. Não gosto de mentirosos. (dizia o senhor, claramente afectado pelas desventuras do seu rebento de 55 anos).
Independentemente do teor de cada parte do seu monólogo, a única coisa que de facto me incomodava durante todo o discuro era a sua braguilha aberta e os meus olhos atentavam naquela visão do inferno num acto de sado-masoquismo inevitável. Como quando alguém escarra para o chão e, apesar de ficarmos enojados tão somente como o som do escarro, olhamos em direcção do chão para ver a "obra de arte". Acontece, irreflectidamente.
Quando vejo a minha tortura aproximar-se do fim à medida que o senhor se vai aproximando da porta de saída, ele imobiliza-se, vira-se para trás e:
- Não se incomode com a minha pergunta, mas o menino corta o seu cabelo tão curto porque ele está a cair, não é?
(wtf? v.1)
- Não, senhor. Habituei-me a ter o cabelo curto desde o tempo da tropa.
- Ah!... (no seu rosto, uma expressão de alguém que está por convencer)
(...)
- Pelo sim pelo não, vou ensinar-lhe um truque. Todos os dias deve comer uma colher-de-café de gelatina. Em pó mesmo. Quando a meter à boca vai ver como ela se desfaz, como se fosse açúcar. Todos os dias. Vai ajudar-lhe a fortalecer o seu cabelo...
(wtf? v.1.2)
Ele aproxima-se novamente e, de novo, o olhar estagnado na sua braguilha aberta.
- Vai ajudar também nas cartilagens. Está a ver? (ele mostra-me as suas unhas longas e pontiagudas... parecia o Eduardo, mas em vez de lâminas, eram unhas). Sabe porque é que as tenho assim? Porque como sou velho e indefeso, se alguém me quiser fazer mal, arranco-lhe os olhos com as unhas.
Indefeso my ass! (pensei eu, imaginando as torturas que as suas unhas poderiam provocar na pobre alma que lhes fizesse frente).
Foi tudo muito surreal, mas o que ainda não consegui digerir foi a lata do gajo a insinuar que o meu cabelo estava a cair... grande coiro!
4 comments:
Estrondoso!!! Estás todo incomodado porque o teu segredo foi descoberto por um homem de 85 com a braguilha aberta. Assume que o teu cabelo anda a cair mais rápido que as folhas de outono.
Nãã...Muito bom... O Piri na Tropa! hahaha, que tivesse visto este fenómeno!!!
you are sooo freak-o
LOLOLOL
epah.. e a gelatina era de que sabor?? LOLOLOL
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