OOP EXPERIENCES

20081129

i can fee| it


saw|||||

Desde o seu primeiro que me tornei fã. Onde muitos vêem apenas uma sequência de imagens chocantes e revoltantes de agressões ao corpo e mente humanos, eu vejo uma inteligência macabra que, apesar de não estar generalizada (e ainda bem que assim o é), existe em muitos lugares e em muitas pessoas.

Já há muito tempo que me interessa o tema do potencial de maldade que existe nos humanos e essa série de filmes retrata esse tema de uma forma pouco banal. Basta permitirmo-nos aprofundar um pouco as questões levantadas ao longo dos cinco filmes Saw.
Tenho vindo a aguardar com alguma ansiedade a estreia do quinto capítulo e, entretanto, tenho lido alguns artigos sobre o mesmo, com opiniões diversas e impactos também diversos. No geral, fiquei com a sensação de que esse seria uma desilusão. O director é diferente e isso desapontou a muita gente.

De facto, entre os cinco capítulos, talvez esse seja o que menos impacto causa (a não ser pelo seu final). No entanto, vim para casa satisfeito após o ter visto no cinema. Não fiquei desapontado pela seguinte razão: Saw V ensina (a quem quiser aprender) e relembra (a quem se esqueceu) que o egoísmo, o medo/pânico e a ganância não levam ninguém a lado nenhum. Pelo contrário...
Se numa colectividade cada indivíduo se centra nas suas próprias necessidades, a colectividade deixa de o ser e os membros do grupo padecem - às vezes sem que assim tenha de ser. É bem verdade que o medo, principalmente quando a nossa vida está em jogo, provoca reacções químicas no organismo que impedem um raciocínio lógico e potencialmente benéfico. Por outro lado, é também muito verdadeiro o facto de que algumas pessoas têm, por natureza, uma propensão maior que outras para olharem para o seu próprio umbigo e fazer dele um altar.
Mais do que em palavras, são nos momentos em que uma acção deve ser tomada que o valor de cada indivíduo se demonstra. Dizer... diz-se tanta coisa. Fazer...
Quando interesses egoístas se tornam maiores que o campo da nossa visão, cegamos.

20081128

entre|tantos

-Estamos um pouco sós no deserto _disse o Principezinho.
-Entre os homens também _respondeu a Serpente.

A tua pergunta* fez a minha memória abrir uma das suas gavetas e desencantar essa passagem de O Principezinho.

Por vezes sentimo-nos sós entre tanta gente.

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*tens apanhado muita gente como nós?

20081127

tudo_sobre|caixas de arrumação|


FAQ

Q1 - O que são?
A1 - São caixas de arrumação.
Q2 - Para que servem?
A2 - Servem para arrumar coisas.
Q3 - Onde podem ser adquiridas?
A3 - Podem ser adquiridas na Galinha Gorda, Loja dos 9, Hipermercados, BigMix, Casa Cheia (para citar apenas alguns).
Q4 - De que tamanho são?
A4 - Existem em vários tamanhos dependendo da sua capacidade em litros. As de tamanho médio são as minhas preferidas.
Q4a - Porquê referir quais são as suas preferidas?
A4a - Ver Q&A 7.
Q5 - São feitas de que material?
A5 - Umas são de plástico, outras de cartão e outras de outros materiais.
Q6 - São realmente úteis?
A6 - Elas são utilérrimas.
Q7 - Porquê um post sobre elas?
A7 - O meu aniversário está à porta...






s|eep



The rain and the wind are ever so near,
The cold winter nights are too.
I must go to sleep – I must dream of him
At least one more time... or two.

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Painting by: Kaj Solderholm

Words by: Pedro Cordeiro


fina|mente...

... um jeito dado ao meu quarto.

Afinal, bastava apenas meter mãos à obra. Depois de semanas a fio a procrastinar*, acabei por descobrir que as coisas, afinal, não iriam organizar-se e arrumar-se sozinhas.

A bem da verdade, depois de colocar todo o lixo no seu devido lugar**, ficou pouquinho por arrumar. E agora, o caminho entre a entrada do quarto e a cama está desimpedido. Já não é necessário armar-me em Indiana Jones com o seu chicote e acrobacias para ir de A a B.

Sinto, no entanto, falta das teias de aranha.

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*Sim... procrastinar.
**Leia-se caixote do lixo.

20081110

s|ow

eu
não disse
que esse blog ia
BOMBAR?

slow_by_tricky

20081104

inérc|a

Não.

O olhar penetrante-porém-vago-embora-directo à espera de reacção. Na volta ainda voltas para mim (pensa ele, dando conta do plágio).

Apetece-lhe rir. Abrir tudo!... rasgar as páginas, desvendar as entrelinhas e assumir os papéis. Limpar os pontos. Cortar as raízes e enterrar os mortos. Sacudir os fantasmas. Amedrontá-los.

O olhar permanece sinistramente penetrante e dolorosamente vago. A reacção continua por conceber. Há algo de estranho nesse novo mundo de monossílabas. Há algo pouco concreto num não que não merece sequer uma expressão facial de raiva, descrédito ou repulsa.

Não???!??

Bastaria isso. Uma contra-resposta em formato pergunta/exclamação.

Não tarda nada vão embora e nunca mais se irão ver. No entanto, sentam-se. Lado a lado. Olham os dois penetrante e vagamente para a parede em frente. Nenhum sabe pelo que espera.

Adeus.

E foi-se embora.



Não???!?? Como assim?

20081102

do|seco

Quando começa, já eu sei que me perdi a meio de um percurso entre um local de partida (que permanece uma incógnita) e o cume da Serra da Estrela. Quando a consciência de me ter perdido assalta cada veia do meu corpo, olho em frente e dou com uma nascente de água. Melhor... uma fonte ornamental de água de nascente. Parecia a torre de Babel, mas não tão imponente nem tão circular... Era mais longa que redonda.

A um dos lados está uma placa com o nome do rio de onde chega a água para essa fonte/nascente. O rio chama-se Do, e tudo indica que ao longo dos tempos o rio terá secado pelo que agora o nome daquela pequena localidade onde está a fonte se chama Doseco.

Subo pela fonte até chegar ao seu topo. Lá em cima, a minha preocupação primeira é verificar o quão fria estará a água. Meto os pés dentro de água e noto que ela de facto está bastante fria mas não tão gelada como calculei. Pensei que ali, a meio caminho do cume da Serra da Estrela tudo fosse bem mais frio do que aparentava ser.

De cima da fonte, com os pés molhados, olho em redor e vejo que, entre as árvores dos bosques em redor, escondem-se e vivendas com jardins e piscinas. Numa das piscinas estão três homens. Um deles não sei exactamente o que faz... acho que anda por ali a passar o tempo de um lado para o outro. Os outros dois estãoa boiar na água da piscina, um de barriga para cima e outro de barriga para baixo. Como se fosse verão, como se não fosse a Serra da Estrela.

Desço da fonte e, apesar de estar perdido, parece-me boa idéia continuar a seguir o caminho de terra batida que tenho vindo a seguir até agora. E lá vou eu. Até que, ao atravessar o que parece ser uma propriedade privada atravessada por esse caminho de terra batida, dou por mim a passar por baixo de um arco coberto de era. Do outro lado desse arco surge uma homem. Tronco nú... estava por alí a cortar a relva do seu jardim. Senti medo. Estava perdido num sítio desconhecido, e estava a invadir propriedade privada - alheia.

Peço direcções. Ele apresenta-se como Elísio. Iniciamos um diálogo que me deixa tranquilo e seguro na presença desse homem e, das palavras que trocamos, aquelas que melhor me lembro são as últimas que ele me disse antes de eu prosseguir o meu caminho:

- Quando chegares à ermida lá no topo, não olhes para cima. Está tudo a cair aos bocados e pode ser que algum deles te caia no rosto.

Eu sei que cheguei eventualmente à ermida e ela estava, realmente, a cair aos bocados. E sei que algo se passou quando lá cheguei, mas o quê exactamente, já não me recordo.

Quanto a tudo o resto... não perguntem. Eu sei quase tanto como vocês.