Aletria
Pãozinhos frescos trazidos da Torre das Flores
Rúcula
Rancho
Dióspiros
Doce de capucho trazido dos Açores (barrado no pãozinho da Torre das Flores)
Cada vez se torna mais real pensar nas coisas de que gostavas, e que partilhaste comigo. Pensava que quando essa realidade das coisas nascesse e se tornasse evidente, a dor de te não ter mais tornar-se-ia mais pesada, mais dilacerante. Afinal de contas… Nem sempre é assim.
Há momentos em que tudo se veste de uma fatalidade desesperante e parece que cada lugar perdeu as arestas, cada rajada de ar perdeu a velocidade, que cada olhar se tornou vago, cego e alheio, que cada momento se tornou insólito por estar ausente de ti. Há instantes em que compreender a tua ausência se transforma numa tonelada de pesos caídos de uma só vez.
Mas depois de te aperceber ausente, ido, devolvido ao teu estado natural de luz… Depois de aceitar – por imposição da realidade dos dias que continuam a desfilar vida fora – depois disso… Parece que há um estado de calma. É tão estranho pensar em ti. É tão estranho.
Dizias muitas vezes que tudo na vida tem um sentido, por mais que em determinadas alturas nós não conseguíssemos compreender esse sentido. No final, haveria um momento em que nos aperceberíamos do quanto tudo o que passou acabou por possibilitar tudo o que veio a seguir. Por enquanto, ainda não me sinto capaz de te dar razão. Mesmo nos momentos de maior calma que vou tendo, continuo sem conseguir encontrar razões que validem a tua partida. Nada faz sentido ainda.
Mesmo que todas as coisas acabassem agora, continuo a achar que tu não deverias acabar; que nós teríamos ainda alguns comentários a fazer um ao outro sobre o facto de tudo ter acabado… Não sei explicar. Foste embora cedo demais, muito antes de eu estar preparado para ter dizer adeus.
Existem tantas coisas que ainda quero conseguir na vida… Tantas concretizações que entretanto deixaram de fazer muito sentido porque sei que, se acontecerem, não as poderei partilhar contigo quando acontecerem. Vai faltar sempre alguma coisa na minha vida. Vais faltar sempre.
Quando te vi pela última vez, já sabia que a tua doença te iria ser fatal. Mas não pude falar disso contigo. Não queríamos dar-te uma informação angustiante assim. É injusto. É cruel. Sempre te disse o quão importante eras para mim, o quão especial te sentia, o quanto te adorava. Mas nunca te pude falar do tamanho da dor que era saber que te estava a perder. Não pude partilhar isso contigo.
Não me foi possível abraçar-te uma última vez, em que te fizesse ter consciência de que naquele abraço, metade de mim te era entregue para a poderes levar contigo e teres sempre contigo o teu Anãozinho para te proteger, para te dar todas as palavras, todos os abraços, todos os portos seguros de que tu tantas vezes necessitavas.
Como é que é possível teres partido assim, eu te ter perdido assim? O que é que pode haver de tão importante nesse mundo para justificar a necessidade desse meu adeus a ti, de forma tão eterna?
Pãozinhos frescos trazidos da Torre das Flores
Rúcula
Rancho
Dióspiros
Doce de capucho trazido dos Açores (barrado no pãozinho da Torre das Flores)
Cada vez se torna mais real pensar nas coisas de que gostavas, e que partilhaste comigo. Pensava que quando essa realidade das coisas nascesse e se tornasse evidente, a dor de te não ter mais tornar-se-ia mais pesada, mais dilacerante. Afinal de contas… Nem sempre é assim.
Há momentos em que tudo se veste de uma fatalidade desesperante e parece que cada lugar perdeu as arestas, cada rajada de ar perdeu a velocidade, que cada olhar se tornou vago, cego e alheio, que cada momento se tornou insólito por estar ausente de ti. Há instantes em que compreender a tua ausência se transforma numa tonelada de pesos caídos de uma só vez.
Mas depois de te aperceber ausente, ido, devolvido ao teu estado natural de luz… Depois de aceitar – por imposição da realidade dos dias que continuam a desfilar vida fora – depois disso… Parece que há um estado de calma. É tão estranho pensar em ti. É tão estranho.
Dizias muitas vezes que tudo na vida tem um sentido, por mais que em determinadas alturas nós não conseguíssemos compreender esse sentido. No final, haveria um momento em que nos aperceberíamos do quanto tudo o que passou acabou por possibilitar tudo o que veio a seguir. Por enquanto, ainda não me sinto capaz de te dar razão. Mesmo nos momentos de maior calma que vou tendo, continuo sem conseguir encontrar razões que validem a tua partida. Nada faz sentido ainda.
Mesmo que todas as coisas acabassem agora, continuo a achar que tu não deverias acabar; que nós teríamos ainda alguns comentários a fazer um ao outro sobre o facto de tudo ter acabado… Não sei explicar. Foste embora cedo demais, muito antes de eu estar preparado para ter dizer adeus.
Existem tantas coisas que ainda quero conseguir na vida… Tantas concretizações que entretanto deixaram de fazer muito sentido porque sei que, se acontecerem, não as poderei partilhar contigo quando acontecerem. Vai faltar sempre alguma coisa na minha vida. Vais faltar sempre.
Quando te vi pela última vez, já sabia que a tua doença te iria ser fatal. Mas não pude falar disso contigo. Não queríamos dar-te uma informação angustiante assim. É injusto. É cruel. Sempre te disse o quão importante eras para mim, o quão especial te sentia, o quanto te adorava. Mas nunca te pude falar do tamanho da dor que era saber que te estava a perder. Não pude partilhar isso contigo.
Não me foi possível abraçar-te uma última vez, em que te fizesse ter consciência de que naquele abraço, metade de mim te era entregue para a poderes levar contigo e teres sempre contigo o teu Anãozinho para te proteger, para te dar todas as palavras, todos os abraços, todos os portos seguros de que tu tantas vezes necessitavas.
Como é que é possível teres partido assim, eu te ter perdido assim? O que é que pode haver de tão importante nesse mundo para justificar a necessidade desse meu adeus a ti, de forma tão eterna?
2 comments:
Meu querido amigo, não consigo pegar nos meus braços a tua dor. Leio as tuas palavras e dói-me fundo saber que sofres tanto... Sabes que te adoro... Sei que não posso fazer nada que preencha esse vazio. Mas sabes que estou sempre mas sempre contigo!
Conheci o joão e custa-me acreditar que o destino dele tenha sido este...
Sempre me receberam tão bem em vossa casa e só tenho comigo boas recordações.
Beijo a ele e a ti.
coli
...fica aqui um abraço!
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