20140307
20140223
island blues
abre a felicidade
Todas as tardes o cego intromete-se à janela para não ver ninguém passar; e se os olhos não vêem passar, o coração não sente chegar. Na solidão que encontra ao abrir as pálpebras enfrenta as mãos que desconhece para apertar o nó na garganta como se fosse a gravata; e estica o pescoço como se fosse a vida. Foge de si como quem corre para a praia onde evitará morrer eternamente. E sonha o sonho, sonha-o dormindo; desperta para os dias quando é tudo diferente.
Lisboa [Graça] 2012 © Pedro Cordeiro |
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